quinta-feira, 5 de abril de 2012

Entrevista SWCP: Enid Adams

A actriz canadiana Enid Raye Adams participou em mais de 30 filmes, séries televisivas e produções teatrais: Testemunha Acidental, Jeremiah, Taken, Dead like me, Stargate SG-1, etc.
SWCP: Foi a sua mãe que lhe incutiu o gosto pela representação, designadamente pelo teatro?
E.A: A minha mãe apresentou-me ao mundo da atuação. Ela foi atriz num grupo de teatro de comunidade chamado “Jogadores de Pradaria” na minha cidade natal, Portage la Prairie, Manitoba. Ela levava o meu irmão e eu aos seus ensaios e íamos sentar-nos naquele teatro massivo (que eu descobri que não era tão grande assim depois de lá voltar em adulta).
Bem, eu estava aterrorizada. O meu irmão estava um pouco entediado. De vez em quando, corríamos de cima para baixo nas coxias virando os assentos do teatro, chateando por completo todos aqueles que se tentavam concentrar nos seus papéis nos ensaios.
O director de teatro, um velho homem assustador chamado Reverendo Sid Walmsley (que depois aprendi que afinal foi possivelmente o homem mais doce que alguma vez se viu) gritava em voz alta para os actores no palco “para fazerem tudo certo" e aqueles gritos normalmente estimulavam o meu irmão e eu a comportar-nos bem.
Outra influência para mim enquanto criança, foi a minha professora da escola primária, Lisa Siemens. Ela ensinou-me a escrever histórias e também me escolheu para algumas peças na escola. Ela também ensinou música aos seus estudantes e incentivou-nos a participar no Festival local de Artes. Então ela treinou-nos para fazermos o nosso trabalho o melhor possível. A verdade é que a minha família não serviu como vantagem.
Eramos bastante pobres. Em criança senti-me como se tudo estivesse contra mim muitas vezes, como acontece muitas vezes quando nos esforçamos para nos manter por cima da linha da pobreza. Mas quando estava nos palcos ainda jovem, descobri que tinha a capacidade e o talento e aquela descoberta realmente fez sentir-me mágica de uma certa forma, porque era uma pausa de sentir-me ameaçada e azucrinada, e também das minhas próprias sensações de não me sentir suficientemente boa. Quando estava no palco, era boa quanto bastasse!
SWCP: A sua estreia em filmes aconteceu no filme “For the Moment” onde contracenou com o Russel Crowe. Como foi essa experiência?
E.A: Em 1993, realmente fiz de facto a minha estreia em filmes na produção independente canadiana “For the Moment” com o Russell Crowe. O filme era baseado nos anos 40 e falava sobre o amor durante o fim da segunda grande guerra, foi rodado em Brandon, Manitoba. Eu era uma figurante com o nome “Coisa Jovem Encantadora” e a minha única cena no filme foi tocar no ombro do Russell Crowe, sorrir para ele e depois irmos dançar. Esta cena destinou-se claramente a lançar a minha carreira em filmes e televisão e cimentar nas mentes dos directores e executivos dos estúdios em todo lado o meu futuro como actriz principal. Infelizmente, devido a um caso severo de nervos, parecia um gerbo raivoso a cada vez que tentava sorrir para as câmaras, portanto a minha parte foi cortada no filme. (Isto não fez parar a minha mãe que disse a toda a gente que naquela altura eu "contracenei" num novo filme com o Russell Crowe.)
SWCP: Recebeu uma nomeação para o prémio Leo pela sua interpretação de uma mulher com distúrbios e tendências suicidas na série “Da Vinci´s Inquest”. Fale-nos um pouco acerca dessa série.
E..A: Da Vinci’s Inquest esteve, durante os sete anos em que esteve no ar, como a série nº1 no Canadá. Era uma produção do Chris Haddock. Ele é um dos melhores contadores de histórias que a indústria tem para oferecer neste país. Cada actor na cidade faria qualquer coisa para ter uma audição com o Chris Haddock. (podem ler algo acerca disso aqui: http://www.imdb.com/title/tt0156442/
O meu grande momento na televisão de Vancouver aconteceu quando fui lançada como uma estrela convidada no final da terceira temporada. Fiz o papel de uma mulher jovem chamada Janet Jefferson que lidava com a morte trágica e súbita da sua mãe. Isto foi especialmente doloroso para mim, já que a minha própria mãe tinha morrido repentinamente com um aneurisma cerebral, precisamente quando tinha sido convidada quatro meses antes para esse papel. Ser este determinado personagem, foi uma forma de sentir-me unida à minha mãe e honrá-la por ela ter acreditado em mim. Anos depois, tive o meu segundo papel nesta aclamada série espalhando pelos estúdios uma grande sujeira com bolos! Dirigido pelo produtor Chris Haddock, o bolo parodiava a linha de etiqueta no cartaz de demonstração da série: 'Ele tem um jeito especial com as pessoas, sobretudo quando elas estão mortas.' O bolo de caca foi decorado com fita de polícia comestível e disse, 'tenho um caminho com as pessoas, sobretudo quando elas são alimentadas. Lance-me novamente, ou... 'Fui imediatamente lançada como uma matadora psicótica, Laura Maitland, que atacou a liderança do detetive na série. (enquanto rodava as cenas, o diretor Stephen Surjik jocosamente disse-me para ser igual a mim mesma) Recebi uma Nomeação para o prémio Leo pelo meu trabalho e continuei na série com este papel durante sete episódios. Está entre as minhas experiências de trabalho favoritas. A qualidade dos guiões, a equipa impressionante e, naturalmente, as estrelas do elenco faziam sentir-me o mesmo que sentia numa manhã de Natal quando ia trabalhar. Que presente tremendo foi ter sido uma parte daquele projecto!
SWCP: Também dirige,escreve e produz os seus próprios projetos.Que tipo de projetos são esses?
E.A: Fui escrevendo os meus próprios projetos durante anos. Produzi e co-dirigi um deles: “Would You Like Fries With That” (há uma década) - um muito engraçado e com muito êxito show de uma mulher só, que fiz a solo. Foi muito divertido já que me permitiu ser uma autêntica maluca em palco! Tivemos muito divertimento enquanto viajávamos pelo Canadá Ocidental. Mais recentemente, escrevi guiões para filmes de curta-metragem com a intenção de dirigi-los. Definitivamente um trabalho em progresso! Continuarei a informar-vos acerca disso. Outros projetos onde trabalhei recentemente na televisão: Fringe, Endgame, Bringing Ashley Home, The Pastor’s Wife e claro, atualmente, audições para uma muito ocupada série-piloto.
SWCP: É uma fã incondicional do hóquei em gelo?
E.A: Já fui uma grande fã dessa modalidade há alguns anos atrás. Contudo, desde o lockout de 2004 que eliminou toda a temporada, nunca mais fui capaz de recuperar o meu entusiasmo pelo jogo. (Embora eu adore o Hóquei olímpico e naturalmente os Play Offs.)
SWCP: Que mensagem gostaria de enviar aos seus fãs?
E.A: A mensagem que eu gostaria de enviar aos meus fãs é, antes de tudo, de gratidão. Obrigado por se preocuparem tanto com o meu trabalho e por seguirem a minha carreira durante todos estes anos. A outra mensagem é aquela que eu digo a mim mesma a cada dia neste grande, grande negócio louco e na vida: Nunca desistas! Segue o teu coração, elimina as dúvidas e confia na tua capacidade de manifestar os teus sonhos, e tudo o que eles possam ser.
Xoxo!
ENGLISH VERSION
The Canadian actress Enid Raye Adams has appeared in over 30 films, television and theatre productions: Accidental Witness, Jeremiah, Taken, Dead like me, Stargate SG-1, etc.
SWCP: Was your mother who first introduced you to the world of acting?
E.R.A: My Mother first introduced me to the world of acting. She was an actress in a community theatre group called Prairie Players in my hometown, Portage la Prairie, Manitoba. She would take my brother and me to her rehearsals and we would sit in awe in that massive theatre (which I discovered upon returning as an adult is not so massive). Well, I was in awe. My brother was a wee bit bored. At times, we would run up and down the aisles flipping the theatre seats up and down, thoroughly annoying all those who were trying to concentrate on rehearsing their parts. The theatre director, a scary old man named Reverend Sid Walmsley (who I later learned was possibly the sweetest man who ever lived) would bark loudly at the actors on stage to “get it right” and that barking usually encouraged my brother and I to behave. The other influence for me as a child was my elementary school teacher, Lisa Siemens. She taught me how to write stories and also cast me in school plays. She also taught her students music and encouraged us to enter the local Music and Arts Festival. Then she coached us to do our best work. The truth is my family did not come from advantage. We were quite poor. It felt like the deck was stacked against me as a kid in many ways, as it often does when you struggle to simply hover around the poverty line. But when I was on stage as a young kid, I discovered I had ability and talent and that discovery really felt magical in a way because it was a break from being bullied and picked on, and also from my own feelings of not being good enough. When I was on stage, I was good enough! SWCP: Your film’s debut was in the movie “For the moment” where you played with Russel Crowe. How was this experience? E.R.A: In 1993, I did indeed make my film debut in the Canadian independent feature "For the Moment" opposite Russell Crowe. The movie, a 1940s era picture about love during the backdrop of WWII, was shot in Brandon, Manitoba. I was a feature extra called Lovely Young Thing and my only requirement in the film was to tap Russell Crowe's shoulder in a party scene, smile at him and off we would go to dance. This was clearly meant to launch my career in film and television and cement myself as a leading lady in the minds of directors and studio executives everywhere. Unfortunately, due to a severe case of nerves, I looked like a rabid gerbil every time I tried to smile on camera, so my part was cut from the movie. (This did not stop my mother from telling everyone she knew at the time that I was “starring” in a new movie with Russell Crowe.) SWCP: You received a Leo Award nomination for the role of a disturbed and suicidal woman in the series “Da Vinci´s Inquest”. Tell us a little more about this series. E.R.A: Da Vinci’s Inquest was, during its seven year run, the #1 show in Canada. It was a Chris Haddock show. He is one of the best story tellers the industry has to offer in this country. Every actor in town would drop anything at a moment’s notice to work on an audition for Chris Haddock. (Read up on the show here: http://www.imdb.com/title/tt0156442/) My big break in Vancouver television came when I was cast as a guest star in the finale of the third season of the show. I played a young woman named Janet Jefferson who was dealing with the tragic and sudden death of her mother. This was particularly poignant for me as my own mother had died suddenly of a brain aneurism just four months before I was cast in the part. Playing this particular character was a way to feel connected to my Mom and to honor her and her belief in me. SWCP: You also write, direct and produce your own projects. What kind of projects are you working for? E.R.A: I have been writing my own projects for years. I produced and co-directed one of them, "Would You Like Fries With That" (a decade ago) - a very funny and successful one woman show, in which I was the solo performer. That was loads of fun because it basically gave me the opportunity to be a complete nutbar on stage! We had a lot of fun touring it through Western Canada. More recently, I have been writing short film scripts with the intention to direct them. Definitely a work in progress! Will keep you posted. Other projects I’ve worked on recently in television: Fringe, Endgame, Bringing Ashley Home, The Pastor’s Wife and of course, currently, auditions for a very busy pilot season. SWCP: Are you a big fan of Hockey? E.R.A.: I used to be a huge hockey fan years ago. However, since the 2004 lockout which eliminated the entire season, I just haven’t been able to get my mojo back for the game. (Though I love Olympic hockey and of course the play offs.) SWCP: What message would you like to leave for your fans? E.R.A: The message I would like to leave for my fans is, first and foremost, one of gratitude. Thank you so much for caring about my work and for following my career over the years. The other message is one I tell myself every day in this great big crazy business and in life: Never Give Up! Follow your heart, eliminate doubt and trust in your ability to manifest your dreams, whatever they might be. Xoxo!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Comentários: