sábado, 4 de agosto de 2012

Entrevistas SWCP: Nuno Markl



Nuno Markl é um conhecido radialista, humorista, escritor e cartoonista. Sendo membro honorário do nosso clube e um fã de Star Wars, não podíamos deixar de o entrevistar. 

SWCP: Desde quando é fã de Star Wars e porquê? 

N.M: Precisamente desde 1981, quando vi A Guerra das Estrelas, que estava na altura em reposição a propósito da estreia de O Império Contra-Ataca. Vi no cinema Império, em Lisboa, e foi inesquecível. Até aí, a minha experiência com a Ficção Científica era a ver as reposições que a RTP fazia da série Star Trek, em glorioso preto-e-branco, mas ver A Guerra das Estrelas num cinema daqueles foi uma verdadeira epifania. Há filmes que têm de ser vistos no momento certo e no local certo para serem verdadeiramente amados. Há amigos meus a quem o Star Wars nada diz, nem que agora vejam a versão 3D ou o Blu-ray num televisor grande de HD. Tinham de ter tido a experiência naquele tempo. Foi mágico. Tenho um certo orgulho em ter entrado na saga pela porta grande que era o Cinema Império. E tenho uma mágoa gigante que aquela sala extraordinária esteja nas mãos de quem está, hoje em dia. É como se o Império - no sentido Star Wars da palavra – tivesse tomado conta do Império - o cinema. 

SWCP: É também um colecionador. Que tipo de itens coleciona? 

N.M: Curiosamente, e correndo o risco de vos desiludir, não muita coisa do Star Wars. Tenho algumas coisas que muito prezo e hoje em dia estou a colecionar as figuras de chumbo da Planeta Agostini, que são uma delícia, mas a minha coleção de figuras de cinema passa por coisas mais ao lado. Dá-me gozo ir à procura de coisas mais invulgares como as action figures dos Monty Python ou de fitas do Tarantino, por exemplo. Mas passei a minha infância a invejar a um colega meu de escola a vastíssima coleção dele de figurinhas do Star Wars da Kenner, as velhinhas e míticas. O que me fascinava é que aquela coleção ia desde as figuras principais até aos secundários mais secundários da cena da cantina de Mos Eisley! 

SWCP: Qual é colecionável de Star Wars que tem mais afinidade? 

N.M: Um velhinho R2D2 dessa série da Kenner. Foi a primeira figura do Star Wars que comprei, numa fascinante loja de brinquedos de Benfica chamada Serapico, ao pé da casa da minha avó. Lembro-me que na embalagem se louvava o facto da figura emitir uns estalidos quando se rodava a cabeça. E lembro-me também que nesse mesmo dia esse sistema dos estalidos avariou-se, o que foi um duro golpe do qual, 30 anos depois, ainda não estou inteiramente restabelecido. 


SWCP: Como surgiu a ideia de produzir a caderneta de cromos? 

N.M: Foi mesmo um caso de desejar que alguém tivesse feito uma rubrica sobre este tema e, como ninguém se chegava à frente para fazer, fi-la eu. Mas sentia que era interessante reunir - colecionar, lá está - todos os pedaços dispersos da nossa infância e juventude num sítio só. Foi uma maneira de organizar as minhas memórias e de as expandir, e ao mesmo tempo de tentar, no meu regresso à Comercial, em 2009, fazer uma coisa tão grande ou maior que O Homem Que Mordeu o Cão. Acabou por ser maior e por cativar várias gerações, coisa que não pensei que fosse acontecer. Para mim, aquilo iria falar ao coração das pessoas entre os 30 e os 45 anos. 

SWCP: Como está a decorrer a sua participação no programa "5 Para a 1/2 Noite"? 

N.M: É um trabalho vertiginoso e cansativo, mas estou a gostar de fazer e as audiências estão ótimas para aquela hora tardia. E há uma liberdade criativa que é de saudar, porque vai sendo cada vez mais rara em canais grandes. 

SWCP: Gostaria de fazer algum programa televisivo ou na rádio dedicado à temática do colecionismo? 

N.M: Neste momento não, porque não consigo fazer mais nada - não consigo encaixar mais nada nos meus dias, nem com uma calçadeira. Mas adoraria, um dia, fazer, por exemplo, uma série de podcasts divertidos e informativos sobre esse tema. 

SWCP: Que mensagem gostaria de enviar ao nosso clube e aos fãs portugueses de Star Wars? 

N.M: Que mantenham a Força viva e que façam, juntamente com os clubes internacionais, uma petição qualquer que convença o George Lucas a editar em DVD e Blu-ray a trilogia original sem os retoques todos. Nem que seja pelo valor histórico da coisa, ele devia dar ouvidos aos fãs...

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