quarta-feira, 3 de junho de 2015

Entrevistas SWCP: David Gray

David Gray trabalhou na Lucasfilm Animation como supervisor de conteúdos de produção em efeitos visuais para a série em CGI,Star Wars: As Guerras Clónicas e na ILM como coordenador de efeitos visuais nos episódios I e III de Star Wars.

SWCP: Fale-nos um pouco mais acerca do seu trabalho na série de animação em CGI, Star Wars: The Clone Wars.

D.G: Clone Wars foi uma experiência incrível. Fui contratado para trabalhar alguns meses nesse projeto. Ainda estávamos a trabalhar no primeiro episódio, então houve desafios em cada turno. Desafios técnicos, desafios processuais e de infra estruturas, escolham um. Foi muito divertido porque nós podíamos ir na direção que sentíamos que precisávamos ir. Não estávamos andando num estúdio onde tudo já tinha sido feito antes, por isso não houve uma fórmula que precisássemos de seguir. Isso pode ser muito excitante, mas também pode ser muito frustrante. Nada era fácil no início.
Mas estamos apenas focados no nosso objetivo e fizemos melhorias contínuas. Esse exemplo e essas lições têm e continuarão a ficar comigo. No final descobrimos o processo, e tivemos um bom modelo para os outros programas a seguir. 

Também trabalhei com pessoas formidáveis. O Dave Filoni foi uma delas. Estranhamente, não tinha tido muita experiência nos aspetos das histórias em filmes/TV. Ter trabalhado com o Dave, fiquei a conhecer um pouco mais desse mundo. Sempre foi uma emoção e muito motivador ouvir o Dave discutir uma nova história, ou falar onde a série foi encaminhada. Também gostei muito de trabalhar novamente episodicamente na televisão. A televisão tem um ritmo muito rápido. Às vezes tínhamos prazos de três ou quatro entregas por semana em múltiplas
 instalações. Então as sextas-feiras nunca eram maçantes. A equipa fez um trabalho fenomenal, semana após semana, cumprindo todos os prazos. Não era tão rápido como na TV ao vivo, mas foi o mais aproximado possível.

SWCP: Qual foi a sua reação e a da sua equipa quando souberam que a série tinha chegado ao fim?
D.G: Foi difícil. Todos nós ficamos um pouco chocados quando o George Lucas vendeu a companhia para a Disney.
Quando isso aconteceu, tínhamos a sensação de que a série iria acabar. Foi uma pena, porque fomos capazes de descobrir como criar episódios de qualidade numa série de televisão com programação. Devo dizer que o George e toda a liderança da
Lucasfilm Animation foram fantásticos para todos nós. Todos nós viemos juntos e através dessa experiência tive a sorte de ter sido uma parte da empresa durante 16 anos. Então, foi muito difícil vê-la acabar e sinto-me grato por ter tido essa experiência. 


SWCP: Foi também o coordenador dos efeitos visuais nos episódios I e III de Star Wars.Como foi essa experiência?

D.G: O Episódio I foi uma experiência difícil. As instalações nunca tinham sido alvo de um projeto desse tamanho antes, então havia desafios em cada esquina. O maior projeto que a ILM tinha feito até aquele tempo foi cerca de 500 filmagens e a `Ameaça fantasma´ teve mais de 2.000! Ninguém sabia se iríamos conseguir. Havia procedimentos que estavam desatualizados. Tivemos que arriscar e tentar coisas novas... E arriscar-se num programa quatro vezes maior do que qualquer
outro que tínhamos feito antes. Houve muita relutância em alguns círculos para corrermos esses riscos. Quando surgiu o episódio III já estávamos mais preparados. O projeto correu como um relógio e eu dou o respetivo crédito ao George e ao Rick McCallum. Eles trabalharam connosco para se tornar numa rotina. Foi um autêntico trabalho de equipa.

SWCP: O que um supervisor de conteúdos de produção faz exatamente?


D.G: Eu era o responsável pelo planeamento e agendamento/gerenciar as compilações para os personagens, cenários, veículos e adereços para o filme do ponto de vista de produção. Também dirigi uma equipa de modeladores, artistas de textura, montadores e assistentes de direção técnica em Marin. Trabalhamos com equipas em Singapura, Taipei e Tóquio também. Acabámos por construir milhares de mais- valias ao longo dos anos. Foi muito difícil por causa do ritmo que nós
trabalhávamos e do volume de ativos que estávamos a criar.

SWCP: Que inovações nos efeitos visuais espera ver nos próximo filme de Star Wars(O Despertar da Força)?Acha que houve alguma evolução nessa área desde o episódio III?

D.G: Estou fora dos efeitos visuais já há algum tempo, então é difícil para eu dizer algo de concreto. Eu estou procurando
encaminhar a história e ver onde eles vão levar isso. Poderia apontar em muitas direções. A ILM sempre fez um grande trabalho por isso tenho a esperança que eles abram o envelope (dos Óscares?). 

SWCP: Que mensagem quer enviar aos fãs de Star Wars?

D.G: Os fãs de Star Wars são dos maiores fãs do mundo. Em Clone Wars queríamos continuar a dar aos fãs algo novo e excitante. Devo muito aos fãs muito porque sem eles, não teria a oportunidade de trabalhar na ILM e na Lucasfilm Animation.





 

ENGLISH VERSION:

David Gray worked at Lucasfilm Animation for Star Wars: The Clone Wars CGI series as an asset production supervisor and at ILM as a visual effects coordinator for Star Wars: Episodes I and III.

SWCP: Tell us a bit more about your work on the CGI animation series Star Wars: The Clone Wars.
D.G: The Clone Wars was an amazing experience. I was hired a few months into the project. We were still working on the first episode. But we’re just getting the studio off the ground so there were challenges at every turn. Technical challenges, process challenges, infrastructure challenges you name it. It was a lot of fun because we could go in the direction we felt we needed to go. We weren't walking into a studio where everything had been done before, so there wasn't a formula we needed to follow. That could be really exciting, but it could also be very frustrating. Nothing was easy at the beginning.
But we just focused on our goal and we made continuous improvements. That
example and those lessons have and will continue to stay with me. By the end we had the process figured out, and we had a good model for other shows to follow. I also worked with some great people. Dave Filoni was one of them. Oddly enough I hadn't had much exposure to the story aspect of film/tv. Working with Dave I got to see a bit into that world. It was always a thrill and very motivating to hear Dave discuss a new story, or talk about where the show was headed. 

I also really enjoyed working again in episodic television. Television has a very quick pace. We sometimes had three or four deadlines a week with deliveries to multiple facilities. So Friday's were never dull. The team did a phenomenal job week after week meeting all of the deadlines. It wasn't quite a fast paced as live TV but it was the next closest thing.

SWCP: What was your reaction and your crew also, when you knew this show it would end?

D.G: It was difficult. All of us were a bit shocked when George sold the company to Disney. When that happened we had a sense that the show would end. Which was a shame because we were able to figure out how to create feature quality episodes on a television show schedule? I must say that George and all of the leadership at Lucasfilm Animation were fantastic to all of us. We all came together and went through that experience I was fortunate enough to have been a part of the company for 16 years. So while it was really hard to see it end I was just grateful to have had the experience.

SWCP: You were also the visual effects coordinator for Star Wars: Episodes I
and III.How it was this experience?  


D.G: Episode 1 was a difficult experience. The facility had never done a show of that size before so there were challenges at every corner. The largest show ILM had done up until that time was about 500 shots and Phantom Menace was over 2,000! No one knew if we could pull it off. Also the facility was still in somewhat of the mindset of the optical days. There were processes in place that were outdated. We had to take chances, and try new things and take chances on a show 4 times larger than any show we had done before. There was a lot of reluctance in some circles to take those chances. By the time Episode 3 came around we had it down. The show ran like clockwork, and I credit George & Rick McCallum for much of this. They worked with us to get into a routine. It was a real team effort. 

SWCP: What an asset production supervisor exactly does?

D.G: I was responsible for the planning/scheduling/managing the builds for the characters, sets, vehicles, & props for the show from a production standpoint. I also managed a team of modelers, texture artists, riggers, and Assistant Technical Directors in Marin. 

We worked with teams in Singapore, Taipei, and Tokyo as well. We ended up building thousands of assets over the years. It was very challenging because of the pace we worked and the volume of assets we were creating.

SWCP: What innovations in visual effects do you expect to see in the next Star
Wars feature film (Episode VII)? Do you think there has been some evolution in this area since episode III? 

D.G: I've been out of Visual Effects for awhile so it's difficult for me to say. I am looking forward to the story, and seeing where they are going to take that. It could go in some many directions. ILM always does great work so hopefully they push the envelope.

SWCP: What message would you like to send for Star Wars fans?

D.G: Star Wars fans are some of the greatest fans in the world. On Clone Wars we wanted to keep giving the fans something new, and something to get excited about. I owe the fans a lot because without the fans I wouldn't have had the opportunity to work at ILM & Lucasfilm Animation.

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