Darth Bane: Path of Destruction não é o meu género de novela STAR WARS, mas talvez por isso mesmo, revelou-se uma interessante surpresa. Path of Destruction é um livro de traição e paradoxo. O anti-herói do livro é nada mais nada menos que um Sith, Darth Bane, verdadeiro «reformador» da Ordem dos Sith e criador da «Rule of Two» segundo a qual «always two there are… a Master and an apprentice». Porém, nada é simples nesta história passada nos tempos antigos da República Galáctica.
Mil anos antes dos acontecimentos narrados nos filmes da saga STAR WARS, a galáxia está em plena guerra. Os exércitos da República, comandados pelos Jedi, lutam contra exércitos invasores liderados por centenas de Lordes Sith. No planeta Apatros, fonte de um minério essencial para o armamento de guerra, o jovem Dessel só conheceu uma cruel vida de mineiro, que faz a infância de Anakin Skywalker como escravo parecer um anúncio dos ovos Kinder. Mas após matar um soldado da República, Dessel vê-se obrigado a fugir para se alistar nos exércitos dos Sith. Ali, os Lordes Sith imediatamente reconhecem o potencial de Dessel na Força, e enviam-no para a Academia Sith em Korriban.
Dessel torna-se então Bane, e inicia uma aprendizagem que o levará a ultrapassar todos os Lordes Sith e a tornar-se senhor absoluto do Lado Negro, assumindo como seu o título de Darth Bane. Apesar deste primeiro acto ser um pouco apressado, a narrativa ganha força quando Jedi e Sith entram em cena. A Academia Sith é um antro de traição sobre traição, onde estudantes e mestres se envolvem em subtis lutas pelo poder, e a expressão «sobreviver aos estudos» tem um significado bastante literal! Aqui torna-se verdadeiramente evidente como é singular este livro, pois quase contra a sua vontade o leitor dá por si a «torcer» por Darth Bane. E se os Sith estão unidos, de forma mais ou menos imperfeita, num propósito comum, a guerra traz um preço alto para os Jedi, desgastados e envolvidos em querelas internas. É quase o «mundo ao contrário», levando um Lorde Sith a reflectir que todos eles, Jedi e Sith, se tornaram criaturas do crepúsculo!
No final, como o seu sucessor Darth Sidious, Bane consegue o seu propósito através de múltiplas traições e manipulações. E aqui reside o paradoxo final, pois Bane acaba com a guerra, e durante mil anos a galáxia conhece a paz e lentamente se esquecerá da ameaça dos Sith…
Para quem ler e gostar, recomendamos a série de BD Jedi Vs. Sith, que igualmente retrata o último acto desta guerra galáctica. Há que assinalar, porém, que existem algumas diferenças entre a narrativa no livro e na BD, embora o desfecho final seja o mesmo. E claro, aguarde pela publicação de Darth Bane: Rule of Two, a segunda parte da saga do Lorde Sith. E se tiver lido o primeiro livro, já sabe quem são as personagens na capa do segundo…
Gostei de ler a resenha. Parabéns.
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