terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Entrevistas SWCP: David Winning


O realizador canadiano David Winning ganhou mais de 50 prémios internacionais e nove nomeações, tendo realizado vários filmes e séries televisivas de grande sucesso como: Dinotopia, Andromeda, Stargate Atlantis, Swamp Devil, Merlin, entre outros. 

SWCP: No seu 10º aniversário, o seu pai ofereceu-lhe uma câmara Kodak. Foi a partir desse dia que pensou que se iria dedicar à realização de filmes? 
D.W: Para dizer a verdade comecei aos nove anos de idade como ventríloquo e mágico. Costumava fazer espectáculos para escolas, bibliotecas, etc., antes de descobrir a paixão pelos efeitos especiais. Comecei a fazer filmes quando era ainda jovem. O meu pai deu-me uma câmara Kodak Instamatic Super 8mm a que fiquei "colado" durante grande parte da minha adolescência. O meu primeiro trabalho profissional foi como gestor de som num estúdio em Calgary. Também ganhei experiência como assistente de diretor na ACCESS Television; um canal de programas educacionais em Alberta que produzia docu-dramas. Realizei a minha primeira longa-metragem “TEMPESTADE” aos 22 anos em 1983. Esta experiência permitiu-me mais tarde realizar episódios para a Paramount da série “SEXTA-FEIRA 13: a série” em Toronto. 14 Filmes e 23 séries depois; e ainda continuo por cá. Quando tinha 10 anos de idade, fiquei obcecado com a criação de efeitos com sobreposições, duplas-exposições e pixelização. Isto é uma técnica de animação onde utilizam-se atores ao vivo e move-se-los um pouco para criar sequências de voo ou condução com um carro invisível.

Este interesse em filmar, começou a desenvolver-se e tornou-se num grande passatempo durante a minha adolescência. Começou com um documentário sobre uma visita dos meus pais ao Jardim Zoológico em 1971. Continuei a esforçar-me durante muito tempo nos meus 20 anos trabalhando em projetos apaixonantes que levaram anos a concluir. Grande parte dos meus 20 anos, foi passada a fazer a minha primeira longa-metragem “Tempestade”; que eu adorei. De alguma forma, apercebemo-nos mais tarde que, se não tivesse passado todos aqueles anos a fazer os primeiros filmes, nunca teria tido a carreira que se seguiu, porque “TEMPESTADE” conduziu a tudo o resto que acabei por fazer. Fui convidado aos 27 anos de idade, para dirigir os episódios de Sexta-Feira 13: a Série da Paramount Pictures filmada em Toronto, Canadá e que se tornou no meu primeiro trabalho remunerado. O sucesso no mundo do espectáculo parece ser sempre uma questão de bom timing.

Quando a preparação encontra a oportunidade, tal como diz o ditado... eu tenho uma caixa cheia de filmes super 8mm que realizei entre os meus 10 anos e 16 anos, estou a planear passá-los um dia para o formato DVD ou outro formato digital apenas para os preservar. Passei muitos anos da minha adolescência a realizar filmes com os meus amigos no quintal e com todo o tipo de estranhas e emocionantes histórias para nos divertirmos. Alguns deles são muito bons! Tenho que os colocar como extras em alguns dos meus filmes, tal como faz o M. Night Shyamalan. É capaz de render uma boa gargalhada.

SWCP: O filme “Storm” foi o seu primeiro êxito?
D.W: Sim, fiz um curto filme sci-fi sobre guerra aos germes e o fim do mundo, quando estava no 12º ano, o último ano do ensino secundário. Precisava de créditos extra para completar o curso e obter um diploma e para isso "criei" o meu projecto de drama especial, fiz o filme e acabei assim o ensino secundário. Depois veio o meu primeiro filme de 16mm “SEQUÊNCIA”. Tudo isto foi depois útil, uns anos mais tarde, quando realizei o meu primeiro filme. Qualquer realizador que comece com pequenos filmes, de facto, apenas pretende fazer um filme a sério. O meu objectivo era na altura mentalizar-me para fazer algo que fosse difícil para mim, um jovem com 22 anos de idade: realizar uma longa-metragem. A minha teoria foi não pensar em STORM como uma longa-metragem, mas como cinco curtas-metragens de 20 minutos ligadas em conjunto. Na altura funcionou para mim e pareceu-me "fazível."

Não há na realidade nenhuma ligação directa entre os filmes, sem ser o tema geral do perigo na natureza.
“Sequence” remetia para o estilo dos episódios de Twilight Zone e era sobre um tresloucado mecânico numa floresta profunda que mantinha a sua vida numa mórbida fantasia envolvendo a sua falecida namorada. Muito negativo, muito negro e sem esperança; o perfeito produto feito por um assombroso adolescente na década de 70.

“Tempestade” foi rodado no final do Verão de 1983. Estivemos 20 dias no bosque de Bragg Creek, Alberta, com uma equipa de cinco pessoas um elenco de igual número - uma pequena produção. Filmámos durante todo o dia, até o sol se pôr, cinco dias por semana. Lembro-me que era como um grande acampamento de verão. Eu tinha poupado dinheiro para comprar stock suficiente de fita de 16 milímetros em bruto e filmar a uma escassa rácio de 3:1 - e rezei muito! Tive uma grande ajuda da Comunidade cinematográfica local em Calgary. Contratámos o cameraman Tim Hollings, que até então estava a trabalhar na televisão CFCN como cameraman noticioso, para ser o nosso director de fotografia. “Tempestade” foi na verdade filmado com a 16 mm Arriflex BL do departamento de notícias. Per Asplund foi o homem do som e mais tarde também editor de novas seções - também um veterano de notícias locais e trabalho documental. O meu amigo Stan Edmonds, agora um grande maquilhador e professor em Vancouver e Michael Kevis, na altura um estudante na Escola de Cinema de Londres, compuseram o resto da equipa. Bill Campbell fez a edição do filme e levou vários anos a editá-lo minuciosamente comigo.

Algumas filmagens adicionais ocorreram durante uma semana no Verão seguinte. Especificamente a sequência de abertura da fogueira e o pesadelo do Lowel, envolvendo algumas perseguições no campus da Universidade e assim. Em 1987, a produção reagrupou-se para adicionar o tempo de execução solicitado pelo distribuidor. O filme foi eventualmente modificado para 35 milímetros para o lançamento nos cinemas.



SWCP: Que realizadores o inspiraram mais? 
D.W: Os meus ídolos foram Stanley Kubrick e John Carpenter; dois extremos completamente opostos do espectro. Fui me modelando a partir da carreira de ambos. Sou um workaholic (viciado em trabalho) e sinto-me muito feliz com isso. Faço filmes desde os dez anos de idade, sempre tive uma paixão por isso e estou feliz por ter sido capaz de construir uma carreira a partir deste tipo de trabalho. Nasci em Calgary, no Canadá e vivi lá durante trinta anos. Mudei-me para Vancouver no início dos anos 90 para trabalhar e, em seguida, para Sul, até Los Angeles em 1996. Obtive o meu cartão verde e cinco anos mais tarde fiz os testes para obter a cidadania americana. Em 2003 tornei-me um cidadão dos E.U.A; agora tenho oficialmente dupla nacionalidade. Eu adoro Los Angeles! É um oásis e um paraíso para mim. Para ser honesto, abrigo-me lá por causa de todas a viagens que tenho que fazer — e, portanto, posso ter assim o meu próprio tipo de férias. A maior parte do tempo nos últimos anos tem sido dividida entre Vancouver e Toronto — com uma viagem de quatro meses de serviço em Budapeste para a série da ABC “DINOTOPIA” em 2002 e na Escócia para o projeto Merlin em 1997.

Para ser honesto, eu odeio tirar férias, porque quero estar sempre a trabalhar. Felizmente o trabalho proporcionou-me a chance de ter férias e trabalhar na Europa Oriental, Escócia e Reino Unido. Estou provavelmente mais feliz quando saio de um avião e inicio um novo trabalho em algum lugar. Nunca há tempo suficiente para fazer tudo.

SWCP: Começou a trabalhar para a televisão aos 27 anos de idade na série Friday the 13th. Como foi essa experiência? 
D.W: Olho agora para trás e vejo que era na altura muito verde e novo nesta indústria. Um realizador ficou doente, literalmente, e não pôde trabalhar, então eles desesperadamente procuraram numa listagem de realizadores por alguém que estivesse disponível e acho que o meu número estava por lá. O gerente de produção viu meu nome Winning (Ganhar em Português) – e supostamente disse "Hmm, soa-me a positivo – contratem-no". E foi assim que a minha carreira profissional como realizador começou, como a maioria das coisas, com um feliz acidente.

Foi uma experiência incrível e divertida filmar essa série numa fábrica de frigoríficos abandonada em Toronto. Para os que estão familiarizados com a série Sexta-Feira 13; foi um incrivelmente elaborado cenário velho construído pelo designer do David Cronenberg, Carol Spier. Mas apareci no primeiro dia no set e não tinha pensado em passar algum do meu tempo de preparação a conhecer a equipa e os actores. Por isso foi um pouco assustador e estranho – senti-me como o professor substituto de que toda a gente está desconfiada. Nunca voltei a cometer esse erro. E, mais tarde, fui nomeado por todos os três episódios para os prémios Gemini para melhor director; o equivalente aos Emmy no Canadá.

SWCP: Tem Star Wars incluído no seu top 20 de filmes favoritos. Acha que o G.Lucas revolucionou em 1977 o mundo do cinema com efeitos audiovisuais nunca antes vistos? 
D.W: Sou suficientemente "velho" para ter visto o filme original num cinema, quando tinha 16 anos, no Canadá. Amei o original, odeio dizer que nunca vi nenhuma das versões com alterações. Tenho que admitir que sou um purista, quando se trata de efeitos visuais. Prefiro os modelos físicos originais das naves ao CGI. Acho que é muito mais realista. Mas é uma coisa geracional, depende daquilo a que cada um é primeiro exposto e cresce a assistir. Por exemplo, eu sou muito mais fã d’"A Coisa" de John Carpenter, com os monstros de borracha, do que das coisas criadas com CG, como o HULK. É apenas uma estética que eu prefiro. O George Lucas era um ídolo para todos nós, ele deu-nos uma esperança de que ainda havia alguma independência em Hollywood. Eu ainda tenho a capa de revista TIME original de 1977, com o George na frente. E acabei por conhecê-lo em 1990 no Canadá.



SWCP: Que mensagem gostaria de deixar aos seus fãs? 
D.W: Em primeiro lugar, agradeço-vos se alguma vez assistiram a alguns dos meus trabalhos e ficaram entretidos. É a satisfação completa. Gostaria de desafiar os fãs para escreverem e dirigirem alguns projetos seus, caso tenham essa paixão. Agora é muito mais fácil do que quando eu comecei. Sinto-me muito orgulhoso por simplesmente "sobreviver" numa indústria muito dura. Houve muitos altos e baixos ao longo dos anos. Sempre me questionaram sobre como entrar na indústria. A melhor maneira de singrar na televisão ou no cinema é escrever um óptimo e original guião. O poder de um bom guião é inacreditável em Hollywood e, em seguida, tudo o resto vem por arrasto. Uma história muito boa é tão rara. É difícil fazer um bom filme a partir de um mau guião, embora pense que já fiz isso um par de vezes. Os livros do Syd Field sobre escrita para cinema/TV são excelentes – assim como os de William Goldman, que considero ser um génio. Os escritores mais originais em Hollywood são actualmente os irmãos Coen e o Tarantino. Hey, é apenas minha opinião!

O meu lado criativo acredita que o cinema é uma forma de arte, mas digo sempre às pessoas que o processo é um pouco como pintar uma imagem quando sete pessoas estão a segurar o pincel. O director é o líder; o desafio é agregar um conjunto de forças criativas para, conjuntamente, obterem o melhor resultado. Eu gosto de criar um ambiente de divertimento para as pessoas trabalharem. É um equilíbrio delicado, especialmente quando estás a tentar obter as melhores performances dos actores, especialmente quando o material é “duro”. Tens que criar um pequeno casulo para eles trabalharem. Na ficção científica, a tarefa pode ser mais difícil porque fisicamente muitos elementos não existem no estúdio. Sempre disse: eu acho que os melhores atores estão na Ficção Cientifica. Eles realmente trabalham apenas com a sua imaginação em algumas cenas.
O meu conselho para qualquer pessoa que queira entrar no ramo – ou permanecer no negócio? Nunca, nunca desistir. É um trabalho difícil, mas se decides desistir, acredita em mim, existem milhares atrás de ti ansiosos por ocupar o teu lugar. Penso que para ter sucesso neste louco negócio, não tem que se ser necessariamente o realizador mais criativo ou aquele que pensa nos melhores enquadramentos. Tem-se apenas que querer com muita vontade. Mas, não é sempre fácil. Eu trabalhei como funcionário de bilheteira, porteiro, barman, etc. Consegui juntar algum dinheiro e estava tudo pronto para ir para a escola de cinema em L.A. Choquei o meu pai quando tinha 22 anos: disse-lhe que em vez disso ia filmar o meu próprio filme! A minha própria escola de cinema por 4 anos. Não há melhor maneira de aprender. Foi muito traumático nessa altura, mas tudo acabou por se resolver no fim.

Costumavam perguntar-me o que faria se acertasse na lotaria e ganhasse uns US $20 milhões. Fazer um filme?
Claro que não, faria dez! Grandes orçamentos podem realmente ser subestimados. A criatividade na tela não tem uma figura do dólar anexada. De certa forma, nos meus primeiros trabalhos, fui forçado a ser mais criativo, porque não tinhamos dinheiro e tivemos de cortar nos custos. Faz-te pensar mais para fora "fora da caixa." Esqueçe a caixa, não há nenhuma caixa. A minha única grande experiência com um grande orçamento até à data, foi na sequela de Power Rangers para a 20th Century Fox: 23 milhões de dólares e um prazo de 12 semanas para o rodar. Eu estava a dirigir oito unidades de câmara, incluindo uma subaquática e uma unidade em miniatura. O filme arrecadou quase US $170 milhões em vendas de vídeo e foi a quarta mais alta venda de cassetes nos Estados Unidos em 1997. Faz-te pensar. Todos os outros filmes foram rodados em 16 dias com menos de US $1,5 milhões. Alguns deles são até melhores filmes. Acho que vou voltar às minhas raízes para filmar alguns filmes de baixo orçamento em 2012. Filmámos "Something Beneath" em Winnipeg em 2006 com o Kevin Sorbo. Menos de 45 (graus) em tubos de esgoto subterrâneo no Inverno, foi memorável. É tudo uma aventura – apreciem a viagem.
Obrigado pelo vosso interesse.
Podem ver mais coisas porreiras em: http://www.davidwinning.com



David Winning is a Canadian film and television director. He already won more than 50 international awards, and has several nominations in his curriculum. He directed many movies and TV series of great success like: Dinotopia, Andromeda, Stargate Atlantis, Swamp Devil, Merlin, etc.   

SWCP: On your 10th anniversary, your father offered you a Kodak camera. Was it from that day that you thought to dedicate yourself to directing movies? 
D.W: I actually started out at the age of 9 as a ventriloquist and magician. Used to do shows for schools and libraries, etc, before discovering a passion for special effects. I started making films when I was young. Dad got me a Kodak Instamatic Super 8mm camera that I was glued to for most of my teens. My first professional job was working as a dubber-loader for a sound studio in Calgary. I also got experience as a director’s assistant at ACCESS Television; an educational programming channel in Alberta that produced docu-dramas. I directed my first feature STORM at age 22 in 1983. This led eventually to directing episodes of Paramount’s FRIDAY THE 13TH: THE SERIES in Toronto. 14 features and 23 series later; I´m still around :-) When I was 10 I became obsessed with creating effects with superimpositions, double-exposures and pixilation.
This is an animation technique where you use live actors and move them a bit at a time to create flying sequences or driving on the ground with an invisible car. This interest in film as stories began to develop and it just became a very serious hobby through my teens. Starting with a documentary about my parent´s trip to the zoo in 1971. I struggled for a long time in my twenties working on passionate projects that took years to finish.
Most of my twenties were spent making my first feature STORM; which I loved. In some ways, you realize later that if you hadn´t spent years making those first films, you wouldn´t have had the career that followed because STORM led to everything else I´ve ever done. I was asked at age 27 to direct episodes of Friday the 13th: The Series for Paramount Pictures Television; filming in Toronto, Canada and that became my first paying job. Success in the entertainment business seems to always be a matter of good timing. When Preparation meets Opportunity, as the saying goes… I have a box full of super 8mm films I made between about age 10 and 16, plan to go through it someday and transfer it all over to DVD or digital just to preserve it. Spent many years of my teensmaking films with friends in the back yard and coming up with all sorts of strange and exciting stories to amuse ourselves. Some of them are pretty good too! I´ll have to put them as extras on some of my features like M. Night Shyamalan does. Might be worth a chuckle. 

SWCP: Was the sci-fi movie “Storm” your first success? 
D.W: Yes I made a short sci-fi film about germ warfare and the end of the world when I was in Grade 12; last year of high school. I needed the extra credits to graduate and get a diploma so I “created” my own special drama project, made the film -- and made it out of high school. Then came my first 16mm film SEQUENCE. This was all leading up to a few years later when I directed my first feature film. Any filmmaker who starts in short films is really just wishing they could make a real movie. My goal at the time was to trick myself mentally into tackling something that was daunting to me as a 22-year-old: making a full-length feature film. My theory was not to think of Storm as a feature, but as five 20 minute short films linked together. At the time it worked for me, and seemed “do-able." 
There really is no direct connection between the films other than the general theme of peril in the wilderness.
Sequence was a Twilight Zone-style episode about a crazed mechanic in the deep woods, who keeps living out a murderous fantasy involving his deceased girlfriend. Very negative, very black and hopeless; the perfect product from a brooding teenager in the 1970s.
Storm was shot at the end of summer, 1983. We did 20 days in the woods of Bragg Creek, Alberta with a crew of five and a cast of five – a very small bones production. We shot all day until the sun went down five days a week. I remember it being kind of like a great summer camp project. I had saved money to buy enough physical 16 millimeter raw film stock to shoot at a meagre 3:1 filming ratio – and did a lot of praying. I had some great help from the local film community in Calgary. We hired cameraman Tim Hollings, who was then working at CFCN television as a news cameraman, to be the Director of Photography. Storm was actually filmed with the news departments 16mm Arriflex BL. Per Asplund was the soundman -- and later also editor of the new sections -- also a veteran of local news and documentary work. My friends Stan Edmonds, now a big makeup artist and teacher in Vancouver, and Michael Kevis, at the time, a London Film School student, filled out the rest of the crew. Bill Campbell was the film’s editor and took several years putting it together painstakingly with me.
Some additional filming occurred for a week the following summer; specifically the opening campfire sequence and Lowell´s nightmare involving some university campus chases and the like. In 1987, the production regrouped to add the additional running time requested by the distributor. The film was eventually blown up to 35 millimeter for theatrical release.

SWCP: Who were the directors who inspired you more? 
D.W: My idols were Stanley Kubrick and John Carpenter; two complete opposite ends of the spectrum. I’ve modeled myself off bits of both their careers. I’m workaholic and pretty happy about it. I’ve been making films since I was ten, have always had a passion for it and am happy that I´ve been able to carve out a career doing this kind of work. I was born in Calgary, Canada and lived there thirty years. Moved to Vancouver in the early 90’s for work, then south to LA in 1996. Got my green card, then five years later applied for US citizenship (lots of hoops) – in 2003 I became a US citizen so I´m officially dual now with Canada. I love LA. It’s an oasis and a haven to run away to for me. To be honest I’m seldom there because of all the travel and so I treat it as my own vacation of sorts. Most of the time the past few years has been split between Vancouver and Toronto —with a four month tour of duty in Budapest Hungary for ABC´s DINOTOPIA in 2002 and Scotland for the Merlin project in 1997. To be honest, I hate to take vacations because I always want to be working. Fortunately work has provided me with chances to vacation AND work in Eastern Europe, Scotland and the U.K. I’m probably happiest when I´m getting off a plane and starting a new job somewhere. There is never enough time to do it all. 


SWCP: You began working for network television at 27, with the series Friday the 13 th.How was this experience? 
D.W: I look back now and I was so green and new to the business then. Literally a director got sick and couldn’t work, so they desperately searched through the director’s guild listings for someone who was available and I guess my number came up. The production manager saw my name “WINNING” – and supposedly said,“Hmm, sounds positive – hire him”. And that’s how my professional directing career began, like most things, with a happy accident. It was an amazing fun experience shooting the series in an abandoned fridge factory in Toronto. Those who may be familiar with the store for Friday the 13th; it was an incredibly elaborate old set built by David Cronenberg’s designer, Carol Spier. But I showed up first day on set, and hadn´t thought in advance to spend some of my prep week actually meeting the crew and actors I’d be working with. So it was a bit scary and awkward – kind of like being the new substitute teacher that everyone is leery of. I´ve never made that mistake again. And then later I was nominated for all three episodes with by the Gemini awards for Best Director; Canada’s equivalent to the Emmy. 

SWCP: You have included Star Wars in your top 20 of favorite movies. Do you think that G.Lucas "revolutionized", in 1977, the world of cinema with audio-visual effects never seen before? 
D.W: I’m old enough to have seen the original film in a theatre when I was 16 in Canada. Loved the original, hate to say I haven´t seen any of the many re-workings. I have to admit to being a purist when it comes to visual effects. I much prefer the original physical spaceship models to CGI. I find it much more realistic. But it´s a generational thing, it depends on what you first were exposed to and grew up watching. For example, I´m much more of a fan of John Carpenter´s THE THING with the real rubber monsters, than the CG created stuff like THE HULK. It´s just an aesthetic I prefer. George Lucas was an idol to all of us; he gave us hope that there was still some independence left in Hollywood. I still have the original TIME magazine cover with George on the front from 77. And I got to meet him in 1990 in Canada. 

SWCP: What message would you like to leave for your fans? 
D.W: First of all, thank you if you´ve ever watched some of my work and been entertained. That’s the ultimate rush. I’d like to challenge the fans to get out there and write and direct some projects of your own if you have the passion for it. It is so much easier now than when I started. I’m pretty proud of just plain “surviving” in a very tough industry. Lots of twists and turns over the years. I always get asked about how to get into the business.
The best way to break into television or movies is to write a great original script. The power of a good script is unbelievable in Hollywood, then everything else has to come together just right, too. A really good story is so rare. It´s hard to make a good movie from a bad script, although I think I´ve done it a couple of times. Syd Field’s books on screenwriting are great – as is anything by William Goldman, who I think is a genius. The most original writers in Hollywood today are the Coen Brothers and Tarantino. Hey, it’s just my opinion. The creative side of me believes filmmaking is an art form, but I always tell people the process is a little like painting a picture when seven people are holding the brush. The director is the ringleader; the job is to get creative forces working together to get the best result. I like to create an environment that’s fun for people to work in. It’s such a delicate balance, especially when you’re trying to coax the best performances out of actors, especially when the material is tough. You have to create a little cocoon for them to work in. In science fiction the task can be harder because many elements physically don’t exist on set. I’ve always said I think the best actors are in Sci-Fi. They’re really working with just their imaginations in some scenes.
My advice to anybody wanting to get into the business – or stay in the business? Don´t ever, EVER give up. It’s a hard job, but if you decide to give up, believe me, there are thousands behind you very eager to take your place. I believe in order to succeed in this crazy biz, you don’t have to necessarily be the most creative director or the one who thinks of the coolest shots. You just have to simply want it badly enough. But, it is not all plain sailing. I worked as a ticket taker, bouncer, bartender, you name it. Raised a whole bunch of money and was all set to go to film school in L.A. Shocked my Dad when I was 22: Told him I was going to instead make my own feature! My own film school for four years. No better way to learn. Pretty traumatic at the time, but it all worked out.
I used to be asked the question, what would you do if you hit the lottery and won $20 million. Make a movie?
Of course not, I´d make ten!! Big budgets can really be overrated. The creativity on the screen does not have a dollar figure attached. In some ways, my earlier feature work was forced to be more creative because we had no money and had to cut corners. Makes you think further than “outside the box.” Forget the box, there is no box. My only big budget experience to date in the feature world has been the Power Rangers Sequel for 20th Century Fox: 23 million dollars and a 12-week shooting schedule. I was directing eight camera units, including an underwater and miniature unit. The movie grossed nearly $170 million in video sales and was the fourth highest selling cassette in the U.S. in 1997.
Makes you think. All the other movies have been shot in 16 days for less than $1.5 million. A few of them are better movies, too. I think I´m going back to my roots to shoot a couple more low-budget movies in 2012. We shot “Something Beneath” in Winnipeg of all places in 2006 with Kevin Sorbo. Minus 45 (degrees) in underground sewer pipes in the winter was memorable.
It´s all an adventure – enjoy the ride.
Thanks for your interest. More cool stuff at http://www.davidwinning.com

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