domingo, 1 de dezembro de 2013

Entrevistas SWCP: Nuno Bernardo

O Português Nuno Bernardo é o fundador da produtora beActive e o argumentista e produtor do filme `Collider´que retrata um grupo de seis personagens que são transportados para o ano de 2018 no Campus do CERN após o apocalipse.
SWCP: Como surgiu a ideia de realizar um filme de ficção científica (Collider) com estas características?
N.B: Apesar de não ser um fã confesso de ficção científica, a ideia de criar uma história com base no Fantástico e regras diferentes da realidade do dia-a-dia é algo que sempre me atraiu. A vantagem do género (ficção científica) é que podemos pegar em pessoas normais, em personagens comuns, e colocá-las num novo mundo, novo tempo e espaço, com regras diferentes do mundo real. Como é lógico, isto permite expandir a criatividade e desenvolver histórias muito mais interessantes. Assim surgiu COLLIDER. Mesmo não sendo um fã do género foi possível tentar encontrar factos reais que permitissem desenvolver a história, e o CERN (e o LHC) parecerem excelentes pontos de partida. 

SWCP: Achas que este filme é um exemplo a seguir por outras produtoras, provando que com um baixo orçamento se podem fazer filmes de qualidade nesta área? 

N.B: Este ano – 2013 – tivemos dois filmes Portugueses de Ficção Científica e Fantástico nas salas de cinema. Algo que considero único no panorama nacional. Espero que isto seja o início de algo (e não apenas uma casualidade). A beActive espera poder produzir mais filmes do género e que outras produtoras também se aventurem neste segmento. Muitas vezes, as restrições orçamentais levam-nos a soluções muito mais criativas e a filmes mais interessantes para a audiência.
SWCP: Esta pergunta é inevitável: O que farias se pudesses voltar atrás no tempo?
N.B: Provavelmente, teria produzido o COLLIDER há muito mais tempo.
SWCP: Como tem sido a crítica quer a nível dos Media, quer pelo público em geral acerca deste filme?
N.B: As críticas do público em geral têm sido bastante positivas, como se comprova no Facebook e nos diferentes fóruns da especialidade. No entanto, é normal que um filme deste género, em Portugal, não agrade a todos. Especialmente quando falamos de um filme de baixo orçamento, quando se compara aos filmes do género que todos os meses chegam de Hollywood, com orçamentos 200 vezes superiores. Mas julgo que quem viu o filme, teve uma experiência positiva. Muitos dos comentários referem a excelente interpretação dos atores portugueses, a fotografia, a tensão criada ao longo dos 90 minutos, algo que não é normal no cinema nacional.
SWCP: Além dos patrocinadores oficiais, achas que o apoio de outros grupos como o SWCP-Star Wars Clube Portugal, foi fundamental para a divulgação do Collider? 


N.B: O Star Wars Clube de Portugal, o Portugal Fantástico e dezenas de outros sites, blogs e grupos foram essenciais na promoção do filme. O nosso objetivo era conseguir captar a atenção dos fãs do género para o nosso projeto e filme e por isso, estas redes digitais foram instrumentais no boca-a-boca. Por exemplo, o COLLIDER teve mais espectadores na segunda semana de exibição do que na primeira. Uma das explicações está diretamente relacionada com a divulgação e com o passa-a-palavra dos fãs e dos membros do vosso grupo (e de outros grupos) que levaram mais pessoas ao cinema para ver COLLIDER.
SWCP: Está a equacionar a hipótese de realizar um Collider II?
N.B: O COLLIDER tem sido uma grande aposta da beActive. Com este projeto aventuramo-nos em novas áreas como os livros de BD e os videojogos. O filme que agora está nas salas de cinema é, se quiseres, o fim da primeira etapa do COLLIDER. Estamos neste momento a produzir uma Web series animada chamada COLLIDER 2017, que retrata os últimos dias da personagem Lúcia de Souza (interpretada pela Teresa Tavares no filme) antes de ela saltar para 2018. É uma espécie de sequela onde vamos poder ver mais a derradeira luta dos sobreviventes contra os Unknowns. Sendo feita em animação, poderemos apostar mais nas cenas de ação. Além disso estamos a prepara o guião para um piloto de uma possível série de Televisão baseada nas personagens do filme. Ou seja, o que é que elas vão fazer, agora que voltaram ao presente e o mundo já não vai terminar em 2017. Está ainda em cima da mesa fazer uma sequela para cinema. A certeza é que ainda se vai ouvir falar muito do COLLIDER. 

SWCP: Que projetos a beActive está atualmente a produzir?

N.B: Além da série animada COLLIDER 2017, estamos prestes a estrear o nosso primeiro Documentário para cinema, “A Estrada da Revolução” e a preparar a produção de “Made with Love”, uma comédia romântica baseada num livro que editamos no início de 2013 e que já tem 3 milhões de leitores em todo o mundo. Estamos ainda a considerar projetos na área do Fantástico, nomeadamente Block X, uma distopia que estamos a negociar com uma produtora inglesa. 

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