O Português
Nuno Bernardo é o fundador da produtora beActive e o argumentista e produtor do
filme `Collider´que retrata um grupo de seis personagens que são transportados
para o ano de 2018 no Campus do CERN após o apocalipse.
SWCP: Como
surgiu a ideia de realizar um filme de ficção científica (Collider) com estas
características?
N.B: Apesar
de não ser um fã confesso de ficção científica, a ideia de criar uma história
com base no Fantástico e regras diferentes da realidade do dia-a-dia é algo que
sempre me atraiu. A vantagem do género (ficção científica) é que podemos pegar
em pessoas normais, em personagens comuns, e colocá-las num novo mundo, novo
tempo e espaço, com regras diferentes do mundo real. Como é lógico, isto permite
expandir a criatividade e desenvolver histórias muito mais interessantes. Assim
surgiu COLLIDER. Mesmo não sendo um fã do género foi possível tentar encontrar
factos reais que permitissem desenvolver a história, e o CERN (e o LHC)
parecerem excelentes pontos de partida.
SWCP: Achas
que este filme é um exemplo a seguir por outras produtoras, provando que com um
baixo orçamento se podem fazer filmes de qualidade nesta área?
N.B: Este
ano – 2013 – tivemos dois filmes Portugueses de Ficção Científica e Fantástico
nas salas de cinema. Algo que considero único no panorama nacional. Espero que
isto seja o início de algo (e não apenas uma casualidade). A beActive espera
poder produzir mais filmes do género e que outras produtoras também se
aventurem neste segmento. Muitas vezes, as restrições orçamentais levam-nos a
soluções muito mais criativas e a filmes mais interessantes para a audiência.
SWCP: Esta
pergunta é inevitável: O que farias se pudesses voltar atrás no tempo?
N.B: Provavelmente,
teria produzido o COLLIDER há muito mais tempo.
SWCP: Como
tem sido a crítica quer a nível dos Media, quer pelo público em geral acerca
deste filme?
N.B: As
críticas do público em geral têm sido bastante positivas, como se comprova no
Facebook e nos diferentes fóruns da especialidade. No entanto, é normal que um
filme deste género, em Portugal, não agrade a todos. Especialmente quando
falamos de um filme de baixo orçamento, quando se compara aos filmes do género
que todos os meses chegam de Hollywood, com orçamentos 200 vezes superiores.
Mas julgo que quem viu o filme, teve uma experiência positiva. Muitos dos
comentários referem a excelente interpretação dos atores portugueses, a
fotografia, a tensão criada ao longo dos 90 minutos, algo que não é normal no
cinema nacional.
SWCP: Além
dos patrocinadores oficiais, achas que o apoio de outros grupos como o
SWCP-Star Wars Clube Portugal, foi fundamental para a divulgação do Collider?
N.B: O Star
Wars Clube de Portugal, o Portugal Fantástico e dezenas de outros sites, blogs
e grupos foram essenciais na promoção do filme. O nosso objetivo era conseguir
captar a atenção dos fãs do género para o nosso projeto e filme e por isso,
estas redes digitais foram instrumentais no boca-a-boca. Por exemplo, o COLLIDER
teve mais espectadores na segunda semana de exibição do que na primeira. Uma
das explicações está diretamente relacionada com a divulgação e com o
passa-a-palavra dos fãs e dos membros do vosso grupo (e de outros grupos) que
levaram mais pessoas ao cinema para ver COLLIDER.
SWCP: Está a
equacionar a hipótese de realizar um Collider II?
N.B: O
COLLIDER tem sido uma grande aposta da beActive. Com este projeto aventuramo-nos
em novas áreas como os livros de BD e os videojogos. O filme que agora está nas
salas de cinema é, se quiseres, o fim da primeira etapa do COLLIDER. Estamos
neste momento a produzir uma Web series animada chamada COLLIDER 2017, que
retrata os últimos dias da personagem Lúcia de Souza (interpretada pela Teresa
Tavares no filme) antes de ela saltar para 2018. É uma espécie de sequela onde
vamos poder ver mais a derradeira luta dos sobreviventes contra os Unknowns.
Sendo feita em animação, poderemos apostar mais nas cenas de ação. Além disso
estamos a prepara o guião para um piloto de uma possível série de Televisão
baseada nas personagens do filme. Ou seja, o que é que elas vão fazer, agora
que voltaram ao presente e o mundo já não vai terminar em 2017. Está ainda em
cima da mesa fazer uma sequela para cinema. A certeza é que ainda se vai ouvir
falar muito do COLLIDER.
SWCP: Que
projetos a beActive está atualmente a produzir?
N.B: Além da
série animada COLLIDER 2017, estamos prestes a estrear o nosso primeiro
Documentário para cinema, “A Estrada da Revolução” e a preparar a produção de
“Made with Love”, uma comédia romântica baseada num livro que editamos no
início de 2013 e que já tem 3 milhões de leitores em todo o mundo. Estamos
ainda a considerar projetos na área do Fantástico, nomeadamente Block X, uma
distopia que estamos a negociar com uma produtora inglesa.
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