David Gray
trabalhou na Lucasfilm Animation como supervisor de conteúdos de produção em
efeitos visuais para a série em CGI,Star Wars: As Guerras Clónicas e na ILM
como coordenador de efeitos visuais nos episódios I e III de Star Wars.
SWCP: Fale-nos um pouco mais acerca do seu trabalho na série de
animação em CGI, Star Wars: The Clone Wars.
D.G: Clone Wars foi uma experiência incrível. Fui contratado para
trabalhar alguns meses nesse projeto. Ainda estávamos a trabalhar no primeiro
episódio, então houve desafios em cada turno. Desafios técnicos, desafios
processuais e de infra estruturas, escolham um. Foi muito divertido porque nós podíamos
ir na direção que sentíamos que precisávamos ir. Não estávamos andando num
estúdio onde tudo já tinha sido feito antes, por isso não houve uma fórmula que
precisássemos de seguir. Isso pode ser muito excitante, mas também pode ser
muito frustrante. Nada era fácil no início.
Mas estamos apenas focados no nosso objetivo e fizemos melhorias
contínuas. Esse exemplo e essas lições têm e continuarão a ficar comigo. No
final descobrimos o processo, e tivemos um bom modelo para os outros programas
a seguir.
Também trabalhei com pessoas formidáveis. O Dave Filoni foi uma delas.
Estranhamente, não tinha tido muita experiência nos aspetos das histórias em
filmes/TV. Ter trabalhado com o Dave, fiquei a conhecer um pouco mais desse
mundo. Sempre foi uma emoção e muito motivador ouvir o Dave discutir uma nova
história, ou falar onde a série foi encaminhada. Também gostei muito de
trabalhar novamente episodicamente na televisão. A televisão tem um ritmo muito
rápido. Às vezes tínhamos prazos de três ou quatro entregas por semana em
múltiplas
instalações. Então as
sextas-feiras nunca eram maçantes. A equipa fez um trabalho fenomenal, semana
após semana, cumprindo todos os prazos. Não era tão rápido como na TV ao vivo,
mas foi o mais aproximado possível.
SWCP: Qual foi a sua reação e a da sua equipa quando souberam que a
série tinha chegado ao fim?
D.G: Foi difícil. Todos nós ficamos um pouco chocados quando o George
Lucas vendeu a companhia para a Disney.
Quando isso aconteceu, tínhamos a sensação de que a série iria acabar.
Foi uma pena, porque fomos capazes de descobrir como criar episódios de
qualidade numa série de televisão com programação. Devo dizer que o George e
toda a liderança da
Lucasfilm Animation foram fantásticos para todos nós. Todos nós viemos
juntos e através dessa experiência tive a sorte de ter sido uma parte da
empresa durante 16 anos. Então, foi muito difícil vê-la acabar e sinto-me grato
por ter tido essa experiência.
SWCP: Foi também o coordenador dos efeitos visuais nos episódios I e
III de Star Wars.Como foi essa experiência?
D.G: O Episódio I foi uma experiência difícil. As instalações nunca tinham
sido alvo de um projeto desse tamanho antes, então havia desafios em cada
esquina. O maior projeto que a ILM tinha feito até aquele tempo foi cerca de
500 filmagens e a `Ameaça fantasma´ teve mais de 2.000! Ninguém sabia se
iríamos conseguir. Havia procedimentos que estavam desatualizados. Tivemos que arriscar
e tentar coisas novas... E arriscar-se num programa quatro vezes maior do que
qualquer
outro que tínhamos feito antes. Houve muita relutância em alguns
círculos para corrermos esses riscos. Quando surgiu o episódio III já estávamos
mais preparados. O projeto correu como um relógio e eu dou o respetivo crédito
ao George e ao Rick McCallum. Eles trabalharam connosco para se tornar numa
rotina. Foi um autêntico trabalho de equipa.
SWCP: O que um supervisor de conteúdos de produção faz exatamente?
D.G: Eu era o responsável pelo planeamento e agendamento/gerenciar as
compilações para os personagens, cenários, veículos e adereços para o filme do
ponto de vista de produção. Também dirigi uma equipa de modeladores, artistas
de textura, montadores e assistentes de direção técnica em Marin. Trabalhamos
com equipas em Singapura, Taipei e Tóquio também. Acabámos por construir
milhares de mais- valias ao longo dos anos. Foi muito difícil por causa do
ritmo que nós
trabalhávamos e do volume de ativos que estávamos a criar.
SWCP: Que inovações nos efeitos visuais espera ver nos próximo filme
de Star Wars(O Despertar da Força)?Acha que houve alguma evolução nessa área
desde o episódio III?
D.G: Estou fora dos efeitos visuais já há algum tempo, então é difícil
para eu dizer algo de concreto. Eu estou procurando
encaminhar a história e ver onde eles vão levar isso. Poderia apontar
em muitas direções. A ILM sempre fez um grande trabalho por isso tenho a esperança
que eles abram o envelope (dos Óscares?).
SWCP: Que mensagem quer enviar aos fãs de Star Wars?
D.G: Os fãs de Star Wars são dos maiores fãs do mundo. Em Clone Wars
queríamos continuar a dar aos fãs algo novo e excitante. Devo muito aos fãs
muito porque sem eles, não teria a oportunidade de trabalhar na ILM e na
Lucasfilm Animation.
ENGLISH VERSION:
David Gray worked at Lucasfilm Animation for Star Wars: The Clone Wars
CGI series as an asset production supervisor and at ILM as a visual effects
coordinator for Star Wars: Episodes I and III.
SWCP: Tell us a bit more about your work on the CGI animation series
Star Wars: The Clone Wars.
D.G: The Clone Wars was
an amazing experience. I was hired a few months into the project. We were still working on
the first episode. But we’re just getting the studio off the ground so there
were challenges at every turn. Technical challenges, process challenges,
infrastructure challenges you name it. It was a lot of fun because we could go
in the direction we felt we needed to go. We weren't walking into a studio
where everything had been done before, so there wasn't a formula we needed to
follow. That could be really exciting, but it could also be very frustrating.
Nothing was easy at the beginning.
But we just focused on our goal and we made continuous improvements.
That
example and those lessons have and will continue to stay with me. By the
end we had the process figured out, and we had a good model for other shows to
follow. I also worked with some great people. Dave Filoni was one of them.
Oddly enough I hadn't had much exposure to the story aspect of film/tv. Working
with Dave I got to see a bit into that world. It was always a thrill and very
motivating to hear Dave discuss a new story, or talk about where the show was
headed.
I also really enjoyed working again in episodic television. Television
has a very quick pace. We sometimes had three or four deadlines a week with
deliveries to multiple facilities. So Friday's were never dull. The team did a
phenomenal job week after week meeting all of the deadlines. It wasn't quite a
fast paced as live TV but it was the next closest thing.
SWCP: What was your reaction and your crew also, when you knew this show
it would end?
D.G: It was difficult. All of us were a bit shocked when George sold the
company to Disney. When that happened we had a sense that the show would end.
Which was a shame because we were able to figure out how to create feature
quality episodes on a television show schedule? I must say that George and all
of the leadership at Lucasfilm Animation were fantastic to all of us. We all
came together and went through that experience I was fortunate enough to have
been a part of the company for 16 years. So while it was really hard to see it
end I was just grateful to have had the experience.
SWCP: You were also the visual effects coordinator for Star Wars:
Episodes I
and III.How it was this experience?
D.G: Episode 1 was a difficult experience. The facility had never done a
show of that size before so there were challenges at every corner. The largest
show ILM had done up until that time was about 500 shots and Phantom Menace was
over 2,000! No one knew if we could pull it off. Also the facility was still in
somewhat of the mindset of the optical days. There were processes in place that
were outdated. We had to take chances, and try new things and take chances on a
show 4 times larger than any show we had done before. There was a lot of
reluctance in some circles to take those chances. By the time Episode 3 came
around we had it down. The show ran like clockwork, and I credit George &
Rick McCallum for much of this. They worked with us to get into a routine. It
was a real team effort.
SWCP: What an asset production supervisor exactly does?
D.G: I was responsible for the planning/scheduling/managing the builds
for the characters, sets, vehicles, & props for the show from a production
standpoint. I also managed a team of modelers, texture artists, riggers, and
Assistant Technical Directors in Marin.
We worked with teams in Singapore, Taipei, and Tokyo as well. We ended
up building thousands of assets over the years. It was very challenging because
of the pace we worked and the volume of assets we were creating.
SWCP: What innovations in visual effects do you expect to see in the
next Star
Wars feature film (Episode VII)? Do you think there has been some evolution
in this area since episode III?
D.G: I've been out of Visual Effects for awhile so it's difficult for me
to say. I am looking forward to the story, and seeing where they are going to
take that. It could go in some many directions. ILM always does great work so
hopefully they push the envelope.
SWCP: What message would you like to send for Star Wars fans?
D.G: Star Wars fans are some of the greatest fans in the world. On Clone
Wars we wanted to keep giving the fans something new, and something to get
excited about. I owe the fans a lot because without the fans I wouldn't have
had the opportunity to work at ILM & Lucasfilm Animation.
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