Entrevistas SWCP: Paul James Nicholson

 

 

Paul James Nicholson é um ator australiano que interpretou o papel do senador Po Nudo em Star Wars: Episódio III A Vingança dos Sith.Nicholson é também um grande fã de Star Wars como poderemos ler nesta entrevista em exclusivo para o nosso clube.

SWCP: Conte-nos sobre o seu trabalho em Star Wars: Episódio III A Vingança dos Sith.

P.J.N: Em 31 de dezembro de 1999, eu estava ansioso para fazer algo emocionante para o tão esperado ano 2000 que marcaria o início de uma nova era futurista, então fui para Nova York para a Contagem Regressiva do Milénio. Eu era um australiano de 22 anos sem planos reais, exceto que  queria ser ator.A minha irmã morava em Londres, então voei até lá e fiquei um mês. Fiquei sem dinheiro, então tive que voltar para a Austrália. Ouvi dizer que estavam fazendo Star Wars II no Fox Studios em Sydney, então fui lá, que ficava a 1000 km da minha casa. Consegui um agente e tentei conseguir todo o trabalho de Star Wars que pude. Fiquei excitado quando disseram que precisavam de um Storm Trooper, mas aparentemente eu tinha a estatura errada. Tentei mentir, mas eles não se importaram. Todos queriam estar em Star Wars. Então eu perdi essa oportunidade.  

Acabei morando em Sydney, trabalhando como bartender com papéis ocasionais de TV e teatro. Então, finalmente, em 2004, eles estavam fazendo Star Wars III. Era a minha última chance. Precisavam de pessoas que não fossem claustrofóbicas, que pudessem usar uma máscara e uma fantasia de confinamento por oito horas de cada vez. Eu era claustrofóbico, mas sabia que Star Wars era muito importante para me preocupar com essas coisas. Fui ao teste na Fox Studios onde o departamento de fantasias tinha o Darth Vader, Chewbacca e centenas de outras fantasias colocadas num grande armazém. As pessoas estavam criando novas máscaras e fantasias enquanto eu assistia a esta audição. Foi muito casual, e havia três de nós atores competindo para caber nessas máscaras de látex. Mas eles só precisavam de dois de nós.

Eu podia ver que quem fosse menos claustrofóbico provavelmente conseguiria um emprego então eu aparentei sentir-me muito á vontade quando eles enfiaram na minha cabeça uma máscara alienígena apertada e me pediram para andar com ela por algum um tempo. Eu acho que eles colocaram um par de mãos com três dedos em mim também. Estava andando por aí sem visibilidade tentando não esbarrar nas coisas e dizendo que estava bem,durante cerca de vinte minutos. Estava muito quente e difícil de respirar, cheirava muito a tóxico e era muito confinante, mas eu não reclamei mesmo tendo um pouco de medo depois de um tempo.Dei-me bem com o pessoal. Um dos outros tipos era um pouco mais baixo. Ele era escandinavo e nós nos demos muito bem. O teste acabou e nós saímos. Um de nós ia perder. Esperava que não fosse eu. 

Nessa altura eu estava a trabalhar como motorista na mundialmente famosa praia de Bondi. Víamos celebridades o tempo todo. Eu abriria a porta da limusine para Keanu Reeves que estava na cidade filmando Matrix um dia e no dia seguinte, Ewan McGregor me entregou as chaves para que eu pudesse estacionar o seu carro. Hayden Christensen morava lá em cima de onde eu trabalhava e o via todos os dias. Recomendo fortemente que trabalhem em hotelaria de cinco estrelas se quiserem encontrar VIPs. 

Cerca de uma semana depois do meu teste, eu estava ansioso por saber se iria ser aceite em Star Wars como um extra. Po Nudo era o meu personagem, um senador Aqualish do planeta Ando. "Po Nudo" significa "um pouco nu" em italiano, o que é engraçado se você olhar para a forma das minhas presas. Procurei-o na internet,e vi que tinha sido inventado recentemente, e descobri que ele já tinha estado numa cena em Star Wars II na câmara do Senado de Coruscant. Eu seria o segundo ator a usar essa fantasia. No dia da filmagem da minha cena na Sala de Controle em Mustafar, começamos o dia cedo a usar os trajes. O escandinavo estava lá.A ele, tinha sido dado o papel de ajudante do Po Nudo. O terceiro tipo deve ter sido dispensado. Tenho pena dele. Os sets de filmagem são lugares com camiões de bufê incríveis que nos dão muita comida incrível em tendas. Aqui é onde você vê extras,leads e equipa de produção todos se unindo. Imediatamente, vi o meu diretor George Lucas, Hayden Christensen e Ewan McGregor. Ian McDiarmid estava vagando por lá também. Havia cerca de cinquenta pessoas ao todo na hora do café da manhã. Eu não tinha a minha máscara ou mãos no café da manhã. 

Tinha trazido o meu livro "Ataque dos Clones" para tentar conseguir alguns autógrafos. Extras praticamente têm de ficar fora do caminho, mas nós sempre queremos tocar nas coisas. O tipo dos adereços encarregado dos sabres de luz tinha colocado uma fechadura no armário dos sabre de luz para impedir extras de brincar com eles. Quando terminamos o café da manhã, entramos num palco de som gigante que parecia o interior de uma nave espacial com consolas e uma mesa no meio. Cortinas azuis gigantes pendiam bem iluminadas ao redor das paredes. Esta foi na verdade a Sala de Guerra do Conselho Separatista em Mustafar contendo Denaria Kee, Aito Laff,o assessor de Nudo, Tikkes, Passel Argente, Cat Miin, Shu Mai, Po Nudo, San Hill, Poggle the Lesser e Aruteous Gunnay. Engenheiros de robótica brincavam com os rostos de Aruteous e Nute Gunray e os faziam cantar "Wild Thing" e " Love lifts us up" enquanto eles riam e brincavam como crianças. A robótica foi usada em cima da cabeça de dois atores e eram de controle remoto. Eu amei a tecnologia e investi na minha própria robótica anos depois. Eles colocaram-nos as nossas máscaras e luvas e os diretores assistentes  deram-nos  algumas instruções antes do nosso diretor, George Lucas entrar no palco do som. 

Lucas contou-nos  o que queria enquanto resolvia as coisas com o diretor de fotografia, cgi,etc.A nossa primeira cena foi sobre responder à mesa holográfica onde íamos olhar para cima e fingir que podíamos ver o Senador Palpatine falando conosco. Quando o meu aprendiz chegar, ele cuidará de você. O enredo era ultra secreto, então eles nos contaram o mínimo possível, mas podemos dizer que esta foi uma cena importante. O Terceiro Diretor Assistente e os seus assistentes estão encarregados de extras em sets de filmagem, e eles nos deram água através de canudos e levantaram as minhas presas para soprar ar frio no meu rosto de vez em quando para que eu pudesse respirar. As pessoas da fantasia perguntaram se eu podia ver e eu disse que não, então eles fizeram um monte de pequenos buracos nos olhos e no meu rosto, que eu acho que você pode ver em algumas imagens de perto do meu personagem. Esses buracos permitiram-me ver um pouco melhor, até que decidiram que ficaria melhor se pintassem geleia KY sobre eles para torná-los brilhantes. Depois disso, eu não tinha visibilidade para a frente, e só podia ver o chão através de uma lacuna das minhas presas, e havia uma lacuna estreita para fora do lado da minha bochecha direita. Depois de filmar de alguns ângulos, poderíamos tirar as nossas máscaras por um tempo. Era possível tirá-las, então as pessoas fantasiadas as removeram e armazenaram cuidadosamente. Pablo Hidalgo, da StarWars.com,entrevistou-nos durante todo o dia. 

Há muita espera em sets de filmagem porque a equipa é a principal pessoa, não os atores, e especialmente os extras.Olhei para os dois lados antes de pegar uma das luvas do Darth Vader e experimentá-la. Senti o poder do lado negro da força subir através de mim.Mas rapidamente coloquei-a de volta antes de ser apanhado. Ewan McGregor parecia não ter muito o que fazer, então perguntei se ele estava de bom humor. Ele disse que estava mais se preparando para fazer o seu tipo de humor no momento, então eu deixei-o em paz. A cena seguinte foi onde eu morri. Lucas teve que me mudar para onde ele me queria porque eu não podia ver muito, e disse-me para cair e morrer quando eu senti o Hayden Christensen me bater com um sabre de luz. Aqueles sabres de luz eram barras de ferro reais com fita refletiva, então tivemos de confiar nele para não quebrar os nossos ossos. 

Não precisamos de ter medo – ele era muito bom com a espada laser, e depois de várias tomadas estávamos todos mortos pela última vez. Às vezes eu não podia sentir ele a bater-me, então eu caí quando pensei que precisava. Tomei a decisão de colocar o meu assessor na minha frente para me proteger do golpe, então eu evitei a morte por mais um segundo, mas também me ajudou a cair quando eu precisava cair porque sabia que tinha de morrer depois do escandinavo. 

Chegou a hora do almoço, e era hora de pedir um autógrafo ao George Lucas. Isso não é profissional. Eu não deveria fazer isso.Poderia ser demitido ou ficar na lista negra como ator. Não havia nenhuma imagem do Lucas no Dicionário Visual do Ataque dos Clones, então pedi para ele assinar como Yoda. Eu dei-lhe um marcador para que ele pudesse simplesmente assiná-lo e continuar a almoçar. Mas ele ficou com o livro, sorriu e disse: "Deixe comigo". Eu estava muito nervoso. Depois do almoço, Anakin e Obi-Wan Kenobi tiveram uma incrível batalha de sabres de luz nas mesas da Sala de Guerra de Mustafar enquanto estávamos mortos por várias horas de gravação. Eu observei por fora como eles eram bons. Ewan McGregor continuou arrotando e xingando entre cada tomada. Enquanto estava lá como um alienígena morto pelo sabre de luz de Darth Vader no chão de uma sala de guerra num planeta de lava enquanto dois dos maiores Jedi que já viveram faziam uma das mais famosas lutas de espadas na história cinematográfica diante dos meus olhos... adormeci. Tentei ficar acordado, mas não conseguia manter os meus olhos abertos... 

Acordei passado algum tempo depois, e me perguntei se ainda deveria estar deitado aqui. Eu ronco alto também, então estava um pouco preocupado. E... corte. Eu vi os espadachins apertarem as mãos e se abraçarem e podia ver os pés de outro extra morto começar a se mover e chegar aos seus pés. Aparentemente terminamos de filmar por hoje. Levantei-me e senti as pessoas tirando as minhas luvas e máscara. Uau. Eu podia respirar direito. Olhei para trás no incrível palco de som pela última vez e fui arrumar as minhas coisas para ir para casa. George veio até mim e disse: "Aí está." Ele sorriu e piscou para mim antes de sair. Este foi o último filme de Star Wars. "Obrigado", eu disse. Abri o livro e deslizei pelas páginas para encontrar a página do Yoda que pedi para ele assinar. Lá, dentro desse livro, ele tinha pedido para todos os atores assinarem.George Lucas, Hayden Christensen, Ewan McGregor, Natalie Portman, Ian McDiarmid, Joel Edgerton, Samuel L Jackson,só para citar alguns.Os meus olhos estouraram. Liguei depois para o George e disse-lhe: "Que a Força esteja consigo!" Ele levantou a mão em sinal de paz enquanto voltava para o seu escritório de produção. 

Dias depois,voltei por algumas horas para filmar uma pequena cena com o General Greivous em Geonosis. Não houve nenhuma fanfarra do dia anterior da filmagem. Lucas não estava lá, eram apenas alguns extras e a equipa. Mas notei algo interessante. O conjunto mustafar war room tinha sido esmagado em pedaços com um cheiro que parecia que provinha de uma lixeira. Esta é a natureza do cinema. Louco, dado o quanto os fãs pagariam por um pedaço deste conjunto... 

Vinte minutos depois eu estava pulando a cerca traseira da Fox Studios, tendo passado pela segurança com um pedaço do tamanho de um skate da Mesa de Controle Mustafar debaixo do meu braço com os fios pendurados para fora dele. Acabei vendendo no eBay por mil dólares, mas aqui está a pior parte da história:O meu cérebro me disse que eu quero ser um ator, não um fã, que eu não precisava deste livro inestimável e autografado e que o tipo do eBay que estava comprando o pedaço do conjunto o apreciaria. Então despedi-me da peça com um beijo e enviei-a numa caixa para um tipo que eu nunca irei encontrar. Ele tem um pedaço do conjunto e o dicionário visual autografado. Estou feliz por ele, espero que ele tenha cuidado disso. Este é um dos maiores arrependimentos da minha vida. 

SWCP: Escusado será dizer que voçê já era fã de Star Wars antes de trabalhar neste filme?

P.J.N: Definitivamente.Nasci em 1977 quando A New Hope foi lançado e cresci com todas as figuras de ação de Star Wars. Vi "O Império Contra-Ataca" e O Regresso de Jedi no cinema com o meu pai quando era criança. Eu queria ser o Luke Skywalker quando crescesse. Star Wars foi o filme principal da minha vida.Fui uma das primeiras pessoas no mundo a ir á nova atração, Star Tours na Disneyland em 1987 e fui entrevistado por uma equipa de notícias de televisão Canadiana sobre isso. 

SWCP: Quando aceitou esse papel, sabia anteriormente que o seu personagem seria morto por Anakin? Qual foi a sua reação quando descobriu?

P.J.N: Eu só sabia que era um alienígena e que não tinha que ser claustrofóbico para conseguir o emprego. Extras não recebem scripts. Achei muito fixe ser morto por um sabre de luz, especialmente por Darth Vader! 

SWCP: Você foi um cantor profissional no Drácula's Theatre Restaurant e em outros locais. Poderia nos contar um pouco mais sobre esse show? 

P.J.N:Drácula era um restaurante de cabaré com 350 lugares em que trabalhei em Melbourne em 2005. Eu tinha presas criadas por um dentista no valor de $1500 que se encaixavam nos meus dentes e pareciam totalmente reais.Ainda devo tê-los guardados em algum lugar. Éramos cinco no palco e executamos música, magia e comédia com tons sexuais para o público adulto. Eu assinei um monte de autógrafos. 

SWCP: Você também é um especialista em sotaques. Consegue fazer um sotaque português? O que conhece de Portugal? 

 P.J.N: Um meu amigo quer se mudar para Portugal.A minha principal conexão com Portugal é Lisboa,que nunca visitei, mas foi muito referenciada na primeira peça teatral do mundo de 'Casablanca', na qual interpretei o papel principal. Sou péssimo com sotaque português, mas posso imitar a minha ex-namorada brasileira que me chamou de 'Powl' em vez de Paul. Muito quente. Eu adoraria ir para Portugal um dia quando me tornar suficientemente rico. 

SWCP: Que mensagem gostaria de enviar aos fãs de Star Wars? 

P.J.N: Que a Força esteja convosco. Além disso, tentem lembrar que este era para ser um filme para crianças com... política. Então vão com calma com o Jar Jar Binks. Na verdade, acho que Jar Jar Binks é de Vanuatu - vocês já ouviram falar de "Pigeon English"? Estive em Vanuatu na semana passada e todos falam como ele. 

ENGLISH VERSION: 

Paul James Nicholson is an Australian actor who portrayed Senator Po Nudo in Star Wars: Episode III Revenge of the Sith.Nicholson is also a big Star Wars fan as we can read in this exclusive interview for our club.

SWCP: Tell us about your work on Star Wars: Episode III Revenge of the Sith. 

P.J.N: On December 31, 1999, I was keen to do something exciting for the long awaited year 2000 that would mark the beginning of a futuristic new age, so I went to New York City for the Millennium Countdown. I was a 22 year old Australian with no real plans except that I wanted to be an Actor. My sister was living in London so I flew over there and stayed a month. I ran out of money, so I had to return to Australia. I heard they were making Star Wars II at Fox Studios in Sydney so I went there, which was 1000 km from my house. I got an agent and tried to get any Star Wars work I could. I was excited when they said they needed a storm trooper but apparently I was the wrong height. I tried to lie but they didn’t care. Everyone wanted to be in Star Wars. So I missed out.

I ended up living in Sydney, working as a bartender with occasional TV and stage roles. Then finally in 2004, they were making Star Wars III. This was my last chance. They needed people who were not claustrophobic, who could wear a mask and a confining costume for eight hours at a time. I was quite claustrophobic but I knew that Star Wars was too important to worry about such things. I went to the audition at Fox Studios where the costume department had Darth Vader, Chewbacca and hundreds of other costumes laid out in a big warehouse. People were creating new masks and costumes while I attended this audition. It was very casual, and there were three of us actors competing to fit into these latex masks. But they only needed two of us.

I could see that whoever was least claustrophobic would probably get a job so I played it very cool when they shoved my head into a tight-fitting alien mask and asked me to walk around in it for a while. I think they put a couple of three fingered hands on me as well. I was walking around with zero visibility trying not to bump into things and saying that I was fine for about twenty minutes. It was very hot and hard to breathe, smelled pretty toxic and was very confining but I didn’t complain even though I was a little bit scared after a while. I got along well with the staff. One of the other guys was a bit shorter. He was Scandinavian and we got along. The audition was over and we left. One of us was going to miss out. I hoped it wasn’t me. 

At this time I was working as a Valet Driver at the World Famous Bondi Beach. We saw celebrities all the time. I would open the limousine door for Keanu Reeves who was in town shooting the Matrix one day and the next day Ewan McGregor handed me the keys so I could park his car. Hayden Christensen actually lived upstairs from where I worked and I saw him every day. I strongly recommend that you work in five-star hospitality if you want to hang out with VIPs.

About a week after my audition, I was excited to be told that I had been accepted into Star Wars as an extra. Po Nudo was my character, an Aqualish Senator from the planet Ando. ‘Po Nudo’ means ‘a little bit naked’ in Italian, which is funny if you look at the shape of my tusks. I looked him up on the internet, which had recently been invented, and discovered he had already been in a scene in Star Wars II in the Coruscant Senate chamber. I would be the second actor to wear this costume. On the day of shooting my scene in the Mustafar Control Room, we started the day early getting into costume. The Scandinavian Guy was there. He had been given the role of Po Nudo’s Aide. The third guy must have missed out. I feel sorry for him. Movie sets are places of awesome catering trucks that give us all lots of awesome food in Marquee tents. This is where you see extras and leads and production crew all coming together. Right away, I saw my Director George Lucas, Hayden Christensen and Ewan McGregor. Ian McDiarmid was wandering around as well. There were about 50 people altogether at breakfast time. I didn’t have my mask or hands on during breakfast time.

I had brought my Attack of the Clones book to try to get some autographs. Extras pretty much have to stay out of the way, but we always want to touch things. The props guy in charge of the light sabers had put a lock on the light saber closet to stop extras from playing with them. When we finished breakfast, we went into a giant sound stage that looked like the inside of a space ship with consoles and a table in the middle. Giant blue curtains hung well-lit around the walls. This was actually the Separatist Council War Room on Mustafar containing Denaria Kee, Aito Laff, Nudo's aide, Tikkes, Passel Argente, Po Nudo's Shi'ido aide, Cat Miin, Shu Mai, Po Nudo, San Hill, Poggle the Lesser and Aruteous Gunnay. Robotics Engineers were playing with the faces of Aruteous and Nute Gunray and making them sing ‘Wild Thing’ and ‘Love lifts us up’ while they laughed and messed around like little kids. The robotics were worn atop the heads of two actors and were remote control. I loved the technology and invested in my own robotics years later. They put our masks and gloves on us and the assistant directors gave us some instructions before our director, George Lucas stepped into the sound stage. 

Lucas told us what he wanted while he worked things out with the cinematographer, CGI guys etc. Our first scene was about responding to the holographic table where we were to look up and pretend we could see Senator Palpatine speaking to us. ‘When my apprentice arrives, he will take care of you.’ The storyline was top secret so they told us as little as possible, but we could tell this was an important scene. The Third Assistant Director and their assistants are in charge of extras on film sets, and they gave us water through straws and lifted my tusks from time to time to blow cool air onto my face every so often so I could breathe. The costume people asked if I could see and I said no, so they drilled a bunch of small holes into the eyes on my face, which I think you can see in some close up images of my character. These holes allowed me to see a little bit better, until they decided it would look better if they painted KY sex jelly over them to make them shiny. After that, I had zero forward visibility, and could only see the floor through a gap in my tusks, and there was a narrow gap out the side of my right cheek. After shooting from a few angles, we could take our masks off for a while. It was possible to tear them, so the costume people removed them and stored them carefully. Pablo Hidalgo from StarWars.com interviewed us throughout the day.

There is a lot of waiting around on film sets because the crew are the main people, not the actors, and especially not the extras. I looked both ways before picking up one of Darth Vader’s Gloves and trying it on. I felt the power of the dark side of the force surge through me. I quickly put it back before I was caught. Ewan McGregor looked like he didn’t have much to do so I asked him if he was in an autograph signing mood. He said was in more of a getting ready to do his scene kind of mood at the moment, so I left him alone. The next scene was where I died. Lucas had to kind of move me around to where he wanted me because I couldn’t see much, and told me to fall over and die when I felt Hayden Christensen whack me with a light saber. Those light sabers were actual rods of iron with reflective tape on them, so we had to trust him not to break our bones. We need not have feared – he was very good with the laser sword, and after several takes we were all dead for the final time. Sometimes I couldn’t actually feel him striking me, so I just fell over when I thought I needed to. I made the acting decision to put my aide in front of me to shield me from the blow, so I evaded death for an extra second, but it also helped me time when I needed to fall over because I knew I had to die after the Scandinavian.

Lunch time came, and it was time to ask George Lucas for an autograph. This is very unprofessional. I was not supposed to do this. I could get fired or blacklisted as an actor. There was no image of Lucas in the Attack of the Clones Visual Dictionary, so I asked him to sign Yoda. I handed him a marker so he could simply sign it and continue eating his lunch. But he kept the book, smiled and said, ‘Leave it with me’. I was pretty nervous. After lunch, Anakin and Obi-Wan Kenobi had an amazing light saber battle on the tables in the Mustafar War Room while we laid dead for several hours of taping. I watched out of the crack in my cheek how good they were. Ewan McGregor kept burping and swearing in between each take. If you were wondering if I got much sleep the night before, you are wise. Of course I didn’t – I would be on the set of Star Wars the next day. Now as I lay there as a dead alien after being killed by Darth Vader’s light saber on the floor of a war room on a lava planet while two of the greatest Jedi who ever lived played out one of the most famous sword fights in cinematic history before my very eyes…I fell asleep. I tried to stay awake, but I just couldn’t keep my eyes…

I woke up an unknown amount of time later, and wondered if I was supposed to still be lying here. I’m a loud snorer as well, so I was a bit worried. ‘And…cut.’ I saw the swordsmen shake hands and hug and through the crack I could see the feet of another dead extra begin to move and get to his feet. Apparently we’d finished shooting for the day. I stood up and felt people removing my gloves and mask. Wow. I could breathe properly. I looked back at the amazing sound stage for the last time and went to pack my stuff up to go home. George came over to me. ‘There you go.’ He smiled and winked at me before leaving. This was his final Star Wars movie. ‘Thank you,’ I said. I opened the book and slid through the pages to find the Yoda page I’d asked him to sign. There, inside that book, he’d somehow sent it around on a mission to all the actors in town. George Lucas, Hayden Christensen, Ewan McGregor, Natalie Portman, Ian McDiarmid, Joel Edgerton, Samuel L Jackson to name a few. My eyes popped. I called after George, ‘May the Force be with you!’ He raised his hand into the peace sign as he kept walking back to his production office.

Days later I went back for a couple of hours to shoot a short scene with Greivous on Geonosis. There was none of the fanfare of the previous shoot day. Lucas wasn’t there -  it was really just a few extras and crew. But I did notice something interesting. The Mustafar War Room set had been smashed to pieces with chunks of it sticking out of a dumpster. This is the nature of cinema. Crazy, given how much fans would pay for a piece of this set…

Twenty minutes later I was jumping over the back fence of Fox Studios, having slipped past security with a skateboard sized chunk of the Mustafar Control Desk under my arm with wires hanging out of it. I ended up selling it on eBay for a thousand bucks but here is the worst part of the story: My idiot brain told me that I want to be an actor, not a fan, that I didn’t need this priceless, autographed book and that the eBay guy who was buying the piece of the set would appreciate that I would include it with his order, free of charge. So I kissed it goodbye and sent it in the box to some guy I’ll never meet. He has a piece of the set and the autographed visual dictionary. I’m happy for him, I hope he’s looked after it. This is one of the greatest regrets of my life. 

SWCP: Were you a Star Wars fan before you worked on this movie?

P.J.N: Definitely. I was born in 1977 when A New Hope was released and grew up with all the Star Wars Figurines. I saw The Empire Strikes Back and Return of the Jedi in the cinema with my dad when I was a kid. I wanted to be Luke Skywalker when I grew up. Star Wars was the main movie in my life. I was one of the first people in the world to go on the new Star Tours ride at Disneyland in 1987 and was interviewed by a Canadian Television News crew about it.

SWCP: When you accepted this role,did you know that your character was going to be killed by Anakin? What was your reaction when you found out? 

P.J.N: I only knew I was an alien and that I had to not be claustrophobic to get the job. Extras don’t get scripts . I thought it was very cool to be killed by a light saber, especially by Darth Vader!

SWCP: You were a Professional singer at Dracula’s Theatre Restaurant and other venues. Could you tell us a bit more about this show? 

P.J.N: Dracula’s was a 350 seat cabaret restaurant I worked at in Melbourne back in 2005. I had fangs created by a dentist worth $1500 that clipped onto my teeth and look totally real. I should still have them somewhere. There were five of us on stage and we performed music, magic and comedy with sexual overtones for adult audiences. I signed a lot of autographs.

SWCP: You´re also an expert at accents. Can you do a Portuguese accent? What do you know about Portugal?

 P.J.N: My friend wants to move to Portugal. My main connection to Portugal is Lisbon, which I’ve never been to, but was referenced a lot in the world’s first stage play of  ‘Casablanca’, in which I played the lead. I am terrible at the Portuguese accent, but I can imitate my Brazilian ex-girlfriend who called me ‘Powl’ instead of Paul. Pretty hot. I would love to go to Portugal one day when I'm rich enough.

SWCP: What message would you like to send to Star Wars fans? 

P.J.N: May the Force be with you. Also, try to remember that this was supposed to be a kid’s movie with…politics. So go easy on Jar Jar Binks. Actually, I think Jar Jar Binks is from Vanuatu – have you ever heard ‘Pigeon English´? I was in Vanuatu last week and everyone speaks like him.