"Descobrir", v. tr.: pôr à vista, ver, divisar, revelar, achar, encontrar (coisa desconhecida).
Antes de divulgar a primeira parte (de duas) da entrevista exclusiva que os Qwentin nos concederam, não podemos deixar de reconhecer como é edificante que o SWCP pudesse contribuir para revelar a banda em canais que não serão dos mais óbvios quando se fala de Música ("M" maiúsculo), mas também pela forma como do seu trabalho viemos a tomar conhecimento e da sua (insuspeita?) ligação à paixão comum ao nosso clube.
É que depois de ler que este quinteto incluía, no seu primeiro registo discográfico, um tema inspirado em STAR WARS (história já aqui contada), que outra atitude se esperaria do SWCP senão "badalar" aos quatro ventos (e outros Continentes) que nós Portugueses também estávamos na mesma onda? Não vou repetir o já escrito no artigo do link acima. Além do que lá relatamos, nada como passar a ler e na primeira — antes, nas várias... — pessoa(s) Qwentinsson as respostas e revelações do maior — e até agora, único — fenómeno STAR WARS cá do burgo...
QWENTIN. O que há por detrás de um nome? Quem o ouve pensará no quê? Quem é (o que é) Qwentin? O SWCP ajuda a explicar.
QWENTIN é o nome de uma das mais jovens bandas do panorama musical português, com um primeiro álbum com 12 temas lançado independentemente em 17 de Novembro de 2007: “Première!”. Em simultâneo, é o pai/mentor dos cinco jovens, originários do Cartaxo, que se juntaram sob o seu nome. Mas há (mais) uma razão Fortíssima para darmos destaque a(os) Qwentin. Um dróide-sonda que lançamos mensalmente na galáxia localizou-os quando detectou que eles têm, algo insuspeitamente, uma ligação a STAR WARS! Leiam esta entrevista para ficar por dentro.
SWCP: Qwentin. No SWCP não gostamos muito de catalogações (embora por vezes necessárias) por isso, e para não errarmos, começamos com a pergunta: como é que vocês se definem e quem é, verdadeiramente, QWENTIN e que mensagem pretende transmitir?
QWENTIN: Qwentin é um todo feito de cinco partes. Cinco cabeças que, quando juntas, formam uma só identidade, um contador de histórias chamado Qwentin. Um viajante, um sonhador que acredita que todas as línguas do mundo são perceptíveis se nos predispusermos a compreendê-las. Esse foi um dos princípios basilares da fundação da banda.
O estilo musical fica ao critério de cada um. Acima de tudo, gostamos de boa música, seja ela de que estilo for. Não há barreiras nem pode haver.
Quanto à mensagem que pretendemos transmitir, não é nenhuma: a última coisa que estas músicas pretendem é dar lições. São, basicamente, histórias, com princípio, meio e fim, que exploram facetas (umas mais, outras menos óbvias) da vida quotidiana, frequentemente sob o ponto de vista de um viajante em permanente busca de novas experiências, novas aprendizagens, novas formas de perceber a realidade.
Basicamente, são inspiradas por coisas tão simples (ou complicadas, consoante o ponto de vista) como a vida, o mundo, a verdade, a mentira, as pessoas que conhecemos.
Bem, é possível que as músicas dêem que pensar ao ouvinte; mas não lhe tentam impingir uma lição, um «modo certo» de pensar ou fazer algo.
SWCP: Começaram a tocar como conjunto em 2003. Como evoluiu o vosso som desde então, até chegarem à conclusão que estava na altura lançar um primeiro álbum?
QWENTIN: Em 2003 as coisas eram bem diferentes. Começámos por ser quatro elementos, com o objectivo de criar uma banda diferente do que já tinha sido feito no Cartaxo. Cada um vinha de bandas com estilos diferentes (Grunge, Metal, Psicadélico, Indie). No início, a ideia era criar uma banda para curtir sem pensar em grandes cenários.
Daí até ao álbum, foi um longo caminho de quatro anos - com passagens pelo Festival Tejo (em 2003, 2004 e 2005), pelo Hard Rock Café Lisboa (2005), pelo Santiago Alquimista (2005) ou pela Day After (2005), entre tantos outros sítios; e duas passagens pelos estúdios Toolateman (Carcavelos), para gravar 2 EP, que viriam a servir de base de trabalho para o álbum "Première!"; e duas trocas de baterista, em 2005 e em 2006; e de muito trabalho criativo, para criar o inatingível «álbum perfeito» para a «estreia perfeita». Em finais de 2006, a banda reuniu-se num estúdio em Braga - e aí, temperados pelo clima invernoso da Cidade dos Arcebispos e acompanhados pelo produtor Daniel Cardoso, concretizámos esta amálgama de ideias em disco.
SWCP: Vocês são todos muito jovens. Qual o papel que o Qwentin teve no apadrinhamento da vossa actividade? É fácil viver com as vossas (novas?) identidades? Foi o Qwentin quem vos baptizou?
QWENTIN: Somos todos actores neste grande filme que o Qwentin compôs: foi ele quem decidiu os nossos nomes, com base na nossa personalidade, no nosso “background”. Cada um com o seu nome próprio e todos com o mesmo nome de família (Qwentinsson), todos somos uma parte do Qwentin.
As idades variam, uns mais novos outros mais velhos. O Morloch, por exemplo, não sabe a sua idade ao certo, nem se recorda bem das suas origens. Mas isso são outras histórias…
SWCP: São músicos de estúdio, ou preferem o contacto directo com as audiências? Como acham que é recebida a forma original como se apresentam (referimo-nos ao vosso vestuário)? Complementa a música, ou distrai, na vossa opinião? Como tem sido a recepção do público por onde têm actuado ao vivo?
QWENTIN: O grande forte do Qwentin sempre foram as actuações ao vivo. O contacto directo com o público dá sempre outra adrenalina às músicas. E poder mostrar o nosso trabalho é sempre gratificante. O público gosta bastante da performance que complementa a parte musical; no início, as pessoas estranham (parece que estão a ver um ovni a aterrar ou um TIE fighter!), mas, no final, ficam sempre com vontade de ver e ouvir mais.
Esta entrevista conclui-se no artigo de dia 22 de Fevereiro, com revelações do outro mundo...